A zeladora Ana Cristina Nicolodi tenta, desde o início do ano passado, uma vaga em creche da rede municipal para a filha, hoje com três anos. Ela tem renovado o cadastro a cada seis meses e, quando foi construída a creche na Vila Tecnológica, entre o Sítio Cercado e o Bairro Novo B, veio a esperança de colocar a criança na unidade e trabalhar tranquila.
A creche foi inaugurada no final de 2011 e primeiramente foram chamadas as crianças nascidas em 2008. Neste ano, a direção da unidade convocou os pais de crianças nascidas em 2009. Mas nenhum sinal que a filha de Ana Cristina seja contemplada. “A minha mãe faz tratamento médico e não consegue cuidar sozinha da minha filha. Eu trabalho o dia inteiro e não tenho condições de pagar mensalidade de creche”, afirma.
Ela precisa encontrar solução rápida para evitar transtornos e faltar mais dias de trabalho para cuidar da criança. A situação de Ana Cristina já foi notificada no Conselho Tutelar do Bairro Novo, que encaminhou ofício ao Ministério Público do Paraná (MP-PR). Ela solicitou a vaga em janeiro de 2011 e a negativa veio em abril.
9 mil vagas
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação, as equipes estão visitando as famílias da Vila Tecnológica para verificar as que realmente necessitam deixar seus filhos em creche e organizar as turmas. A secretaria destacou a importância de se manter os dados atualizados. Embora funcionários da creche já tenham visitado a casa de Ana Cristina, a assessoria informou que não há previsão para a filha ser chamada.
O Ministério Público vem acompanhando o assunto e informou que não tem levantamento com o número de vagas necessárias para atender a cidade. Mas disse que, segundo dados da prefeitura, seriam necessárias 9 mil vagas para zerar a fila.