A passagem de ônibus subiu ontem e agora é a mais cara entre as capitais do País. De R$ 1,65 foi para R$ 1,90, com reajuste de 15,1%. Em segundo lugar está Manaus. Lá a tarifa custa R$ 1,80. Depois vem Campo Grande e São Paulo com R$ 1,70. A pesquisa é do vereador Adenival Gomes (PT). Para o parlamentar, não há justificativas para o aumento, porque nem o salário dos motoristas e cobradores, e muito menos o combustível, subiram nas mesmas proporções. O vereador Pedro Paulo (PT) diz que a oposicão pretende convocar oficialmente a presidente da Urbs, Iara Einsenbach, para dar explicações sobre a planilha e o valor da tarifa na Câmara. As passagens mais baratas do País ficam no Nordeste. Em João Pessoa custa R$ 1,05, em Belém R$ 1,15 e Maceió R$ 1,25. Nas outras duas capitais do Sul, Florianópolis e Porto Alegre, custam R$ 1,50.
De acordo com Adenival, os ônibus transportam diariamente 1,13 milhão de passageiros. O reajuste significa aumento diário de R$ 300 mil na arrecadação. Para o vereador, não existe justificativa para alta tão elevada. Ele explica que o salário dos funcionários das empresas não tive o mesmo reajuste. Outro ponto questionável é o preço do combustível. O óleo diesel teve até redução no preço. Em maio baixou de R$ 1,41 para R$ 1,36, se mantendo até hoje. Além disso, o aumento está muito superior à inflação registrada nos 12 últimos meses. Segundo o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) ficou em 9,5%.
Licitação
Para Adenival, deveria haver discussão pública sobre o aumento, porque causa impacto muito grande no bolso do trabalhador. Ele também cobra da Prefeitura o processo de licitação. Há 50 anos as mesmas empresas operam o sistema de transporte. O parlamentar lembra que a Constituição federal e a Lei Orgânica do Município exigem que a concessão do serviço seja através de concorrência.
“Em 2001, o Ministério Público entrou na Justiça contra a administração municipal. O juiz Salvatore Astuti, da 1º Vara da Fazenda Pública de Curitiba, concedeu liminar obrigando a Prefeitura a realizar licitação para criação de novas linhas. Até hoje nenhuma foi criada.”