Curitiba não está livre da dengue

O depósito de carros do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em Curitiba, vem preocupando os moradores. Muitos veículos estão sem vidro, com a lataria amassada e carrocerias sem coberta. Quando chove, acumula a água da chuva, virando possíveis criadouros do mosquito da dengue, o Aedes aegypti. O órgão, por sua afirma que a cada 15 dias a Prefeitura de Curitiba monitora o local e faz a aplicação de larvicidas.

Até agora, a capital não registrou qualquer caso de dengue autóctone. Todos os pacientes foram contaminados em outras regiões. Este ano, até a última sexta-feira, haviam sido confirmados 13 doentes e ainda estão sendo investigados 299 casos. Apesar de parecer que a situação é tranqüila, a diretora do Centro de Epidemiologia, da Secretaria Municipal de Saúde, Karin Luhm, diz que a situação exige alerta. Em 2008, já foram destruídos 28 focos do mosquito na capital.

Ela diz que o clima de Curitiba não afasta o perigo. Explica que os ovos duram em média 400 dias em ambiente seco. Basta chover que em uma semana já viram um mosquito adulto, pronto para transmitir a doença. ?No nosso verão temos condições plenas para desencadear um surto?, explica. Além disso, diz que se engana quem pensa que o frio é uma barreira protetora. Ele ajuda, mas não elimina o problema. Durante o inverno, já foram encontrados larvas e até mosquitos alados. ?Isso mostra que estão se adaptando ao nosso clima?, alerta.

Ela atribuiu o baixo índice de infestação da cidade ao trabalho que a Prefeitura realiza para combater a doença. Diz que a atividade é feita há cerca de 10 anos e não pode ser descuidada porque, com freqüência, o mosquito é reintroduzido na cidade. São carros, ônibus e caminhões que vêm de outras localidades e acabam trazendo ovos do inseto. Os pátios onde ficam estacionados ou locais como a Central de Abastecimento (Ceasa) são vistoriados a cada 15 dias e são aplicados larvicidas. Outros pontos da cidade como ferros-velhos e o pátio do Detran também fazem parte desta lista.

Além disso, a cada quatros meses 33% dos domicílios da cidade são visitados para fazer um levantamento do índice de infestação. Até agora, tem sido baixo e sempre que um foco é detectado é feito um trabalho no local e nas redondezas para eliminar o mosquito. Mas só isto não basta, é preciso a colaboração da população em não deixar água parada.

A secretaria também vem fazendo um trabalho de orientação para as pessoas que vão viajar para locais com surto da dengue. Eles devem tomar alguns cuidados como o uso de repelentes. Além disso, ao sentirem os sintomas da doença como febre alta e dores pelo corpo, devem procurar imediatamente ajuda médica.

O último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em 28 de março, mostra que nos dois primeiros meses deste ano foram notificados 3.597 casos suspeitos da doença, sendo 168 confirmados e 125 autóctones. Dos 399 municípios, 168 já notificaram casos suspeitos de dengue, sendo confirmados doentes em 33 deles. A previsão é que amanhã a Sesa divulgue um novo boletim.

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