Depois de a cidade ficar quase que literalmente “debaixo d’água” por conta das chuvas fortes, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, anunciou esta semana um pacote de recuperação do sistema de drenagem na cidade.
A ideia é realizar uma série de obras no sistema viário (aumentar e instalar tubulações de concreto gigantes), fazer obras de contenção em rios e também a limpeza deles, pelo menos nos mais críticos. No total, a prefeitura pretende investir R$ 7,4 milhões em todas as obras.
Muitas delas já estão licitadas e devem iniciar o quanto antes. Uma destas obras é o fechamento de um enorme buraco que se abriu em uma rua de terra, que sai da João Alencar Guimarães, no bairro Campo Comprido. Lá, a cratera se formou ao lado de uma ponte do Rio Barigui, bem próximo da Uniandrade.
Apesar de ser uma rua secundária, alguns moradores da região usam a via para acesso às residências e até mesmo a uma estação de tratamento da Sanepar. Alguns moradores reclamam do buraco e dizem que a rua virou um prato cheio para criminosos, já que é envolta em mato.
“A gente está com medo que a ponte caia, já tem até rachaduras. Será que a prefeitura vai esperar acontecer o mesmo que ocorreu na Rua Eduardo Sprada, quando o casal foi levado pela água?”, indaga uma das moradoras, Terezinha Silva.
Em relação a este buraco, o secretário Municipal de Obras, Mario Tookuni, explicou que uma equipe da prefeitura deve verificar a situação ainda esta semana. Já no que se refere ao problema da Eduardo Sprada, uma obra emergencial está sendo realizada com a instalação de tubulações.
Além disso, o secretário explicou que, dentro do pacotão anunciado pelo prefeito, há cinco pontos importantes que passarão por intervenções. O primeiro é a limpeza do Rio Belém, que deve começar logo porque a obra já foi licitada.
O segundo é o Rio Pulador (afluente do Barigui que passa pela CIC), onde serão feitas obras de retenção da água. O secretário explicou que a ocupação e o crescimento desordenado da cidade fazem com que muitos rios percam seu espaço e, consequentemente, ocorram enchentes.
“Em muitos locais não há mais espaço para a água nos rios, por incrível que pareça. Muitas residências não estão construídas dentro do limite de área permeável e a legislação que diz que cada proprietário deveria providenciar um reservatório para retenção da água da chuva não é cumprida”, critica. Tanto a obra do Belém como a do Pulador devem durar no máximo quatro meses.
O Rio Barigui (no trecho do Moradias Olaria) também passará por obras: o leito da calha do rio será rebaixado e a laje de pedra que lá existe será retirada, o que deve aumentar a velocidade da água e, segundo o secretário, evitar enchentes.
Para a Rua Epaminondas Santos, no Bairro Alto, já foram licitadas obras para o desvio de um rio que passa bem no meio da quadra, o que também deve evitar inundações. No Rio Atuba, uma licitação ainda será realizada para limpeza do local.
