O programa habitacional da Prefeitura de Curitiba dará início à construção de mais 432 residências. As obras serão feitas nos bairros da CIC Alto Boqueirão e Cachoeira e significam um investimento de R$ 34,5 milhões. As ordens de serviço e contratos para execução de unidades habitacionais em quatro empreendimentos foram assinadas nesta quarta-feira (30) pelo prefeito Gustavo Fruet.
A maior parte dos recursos virá da Caixa Econômica Federal, que vai custear R$ 30,5 milhões do total a ser investido. Outros R$ 1,3 milhão são do orçamento da Prefeitura e há mais R$ 1,5 milhão que virá da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar). Outros R$ 1,2 milhão que vêm de saldo de contrato assinado em 2008 com o Fonplata (um fundo financeiro que atua na América do Sul, nos países abrangidos pela bacia do rio da Prata).
“Curitiba ainda tem um grande passivo social e ao investir em obras de habitação estamos pagando uma parte desta dívida, que vem de muitas décadas. Esta gestão da Prefeitura tem lado: o lado dos mais carentes.E por isso estamos ampliando a atuação na área social. Nossa prioridade são investimentos em saúde, educação, transporte público e também habitação, com obras que deixarão um legado para a população”, disse o prefeito.
Na solenidade de assinatura, Fruet estava acompanhado do presidente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba, Ubiraci Rodrigues, dos representantes das empresas contratadas para execução dos projetos e de lideranças das áreas que serão beneficiadas com as obras. Também participaram da solenidade vereadores de Curitiba.
Obras
Dos quatro novos empreendimentos, três estão destinados ao reassentamento de 223 famílias que vivem em situação de risco. O outro projeto, com 208 apartamentos, atenderá famílias inscritas na fila da Cohab, com renda entre R$ 1.601 e R$ 3.275.
Para reassentamento, serão construídas 49 casas e sobrados na Vila Pantanal (Alto Boqueirão), 108 casas e sobrados no Moradias Arroio (CIC) e mais 66 casas no Moradias Nilo (Alto Boqueirão). Já os apartamentos para inscritos na fila são do Residencial Santa Sofia, que será construído na Cachoeira.
As unidades da Vila Pantanal significam um investimento de R$ 2,3 milhões, dos quais R$ 1,2 milhão são originários do saldo do contrato com o Fonplata e R$ 1,1 milhão são de repasse a ser feito pela Cohapar. As casas e sobrados serão destinados a famílias que vivem em moradias precárias na própria Vila, em pontos sujeitos a alagamentos.
No Moradias Arroio, haverá duas frentes de obras: uma para execução de obras de infraestrutura, contratada com recurso de R$ 1,3 milhão do Município, e outra para a construção de 108 casas e sobrados, com um custo de R$ 5,6 milhões bancados pela Caixa Econômica Federal. As unidades abrigarão famílias de seis diferentes Vilas (Leão, Formosa, São José, Uberlândia e Canaã), localizadas na área de abrangência da bacia do rio Formosa.
Para o Moradias Nilo, serão destinados R$ 4,2 milhões, para obras de complementação de infraestrutura e execução de 66 casas, com sistema construtivo alternativo conhecido como wood frame, que utiliza perfis de madeira e placas estruturais. Os recursos também virão da Caixa Econômica Federal e irão beneficiar famílias que moram na ocupação Vila Nova, que é vizinha ao empreendimento.
O maior investimento será feito na construção dos 208 apartamentos do Residencial Santa Sofia, que tem um custo de R$ 20,5 milhões assumido pela Caixa Econômica Federal. As famílias que irão morar no condomínio foram chamadas para aquisição das unidades ainda na planta e, a partir de agora, poderão acompanhar a evolução das obras.
“São obras de pequeno porte, mas q,ue, juntas, têm grande importância para a cidade, porque, principalmente no caso dos reassentamentos, resolvem questões antigas, de regiões carentes, que há muito esperavam por uma solução”, disse o presidente da Cohab, Ubiraci Rodrigues.
O presidente da Associação de Moradores da Vila Nova, Vilson Alves de Almeida, concorda. Ele representa uma ocupação que surgiu nos anos 1990 e que, localizada em uma área baixa, na bacia do rio Iguaçu, próxima à via férrea, enfrenta alagamentos sempre que ocorrem chuvas mais fortes na cidade. “É muito sofrimento morar em locais assim e, por isso, depois de anos de espera, estamos muito satisfeitos e animados com essa obra”, falou.