Ações educativas e campanhas não estão sendo suficientes para garantir a segurança no trânsito. A maioria dos acidentes poderia ser evitada e não haveria tantas mortes e feridos.

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O trânsito deve fazer parte do dia a dia e ser discutido na família, na escola, com os colegas. Enquanto isso não acontecer, o Brasil vai continuar registrando índices altíssimos de acidentes. O assunto é tão sério que a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu os próximos dez anos como a Década Mundial de Ações de Trânsito.

Esses temas foram discutidos ontem em Curitiba no seminário Viver Seguro Trânsito, promovido pelo Mercado Brasileiro de Seguros. O evento, que termina hoje, reuniu especialistas de trânsito de todo o País.

“Se você comparar o trânsito do Brasil de hoje com 20 anos atrás, progrediu muito. O problema é que não progrediu o necessário. Um país desenvolvido, com trânsito bem organizado, registra por ano cinco mortes por grupo de 100 mil habitantes.

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O Brasil registra 19; o Paraná, 28; Curitiba, 22. Nós desconhecemos os números, desconhecemos a realidade. Não vamos aos pontos focais. O trânsito não é prioridade nem para o governo nem para a sociedade”, avalia Pedro Corrêa, consultor em programas de segurança no trânsito. Em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,3 milhão de pessoas morrem todos os anos em acidentes de trânsito.

Para Robert Bittar, presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada e das Empresas Corretoras de Seguros e Resseguros (Fenacor), faltam movimentos permanentes para conscientizar efetivamente a população sobre um trânsito seguro. Para isso, na opinião dele, não pode-se esperar apenas a iniciativa da autoridade pública.

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“O acidente de trânsito não fica apenas naquela morte, naquela invalidez. Fica uma seqüela muito grande. Isso traz um custo financeiro muito grande para o país e um drama psicológico muito grande para as famílias. O problema é do acidente de trânsito não está ligado apenas à cobertura do seguro”, afirma.

Memorial

A necessidade e a importância de um trânsito seguro estão representadas no Memorial das Vítimas de Trânsito, inaugurado ontem no Parque Barigui. As obras foram patrocinadas pelo Mercado Brasileiro de Seguros, em parceria com a prefeitura de Curitiba.

O memorial está em um local onde milhares de pessoas passam diariamente e propiciará a reflexão sobre as escolhas e atitudes tomadas por cada um no trânsito.

O prefeito de Curitiba, Beto Richa, destacou que a administração municipal tem realizado campanhas permanentes de educação no trânsito e um dos focos principais é a criança. Os pequenos ajudam a fiscalizar os pais.

“Além da contemplação, esse é um espaço educativo que visa conscientizar os motoristas para a necessidade de mais prudência no trânsito. Temos perdido muitas vidas no trânsito de Curitiba, do Paraná, do Brasil. É uma guerra, se compararmos com o número de vida que se perde no trânsito. Temos que trabalhar com a conscientização de motoristas e pedestres para um convívio seguro no trânsito”, considera.

O Memorial das Vítimas de Trânsito foi construído em uma área com espécies nativas, que ainda possui um lago de 300 metros quadrados emoldurado por pedras. Há uma calçada de 40 metros de comprimento, feita com tijolos maciços.

O projeto representa a força, a pureza, a beleza da vida e a esperança, esta representada por uma chama eterna dentro de uma gruta. O memorial fica próximo à chaminé do Parque Barigui. O projeto é do arquiteto Fernando Canalli.