A população carente de Curitiba ganhou uma alternativa para comprar remédios com preços de custo, mais baratos do que aqueles encontrados nas redes de farmácias convencionais. O Ministério da Saúde inaugurou ontem a Farmácia Popular do Brasil, que vai vender medicamentos pelo valor de compra. A única exigência para conseguí-los é a apresentação de receita médica ou odontológica prescrita por profissionais da rede pública ou particular.
A diretora nacional do programa, Jamaira Giora, explica que o objetivo da Farmácia Popular do Brasil é ampliar o acesso da população aos medicamentos. Em virtude do preço, muitas pessoas de classe baixa não conseguem comprá-los e, com isso, não seguem com o tratamento. ?Também acontece da pessoa somente comprar parte da lista de remédios, o que também afeta o tratamento. Estamos colocando mais uma alternativa de acesso?, afirma. De acordo com ela, a farmácia não substitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
Norberto Rech, assessor do ministro da Saúde, Humberto Costa, conta que os medicamentos representam 60% dos gastos de uma família com saúde. A Farmácia Popular, de acordo com ele, vem para mostrar que é possível aliar preços baixos a um atendimento de qualidade. ?Estamos estudando a expansão no número de unidades do Paraná. Vinte e um parceiros, entre universidades, hospitais filantrópicos e municípios, já entregaram um termo de interesse em ter uma Farmácia Popular?, indica. Cada unidade conta com profissionais treinados e farmacêuticos durante todo o seu funcionamento. O Ministério da Saúde espera a instalação de mais 40 farmácias nos próximos meses.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que gerencia o projeto, adquire os produtos junto a laboratórios públicos e privados, exclusivamente para o programa, sendo repassados pelo valor de custo. Entre os 91 itens disponíveis na Farmácia Popular estão os remédios de uso contínuo para doenças crônicas (hipertensão, diabetes e problemas gástricos, por exemplo). Em nove meses de programa, período em que foram instaladas 38 unidades em todas as regiões do Brasil, foram disponibilizados mais de 4,6 milhões de remédios. Em Curitiba, se espera uma média de 150 atendimentos diários.
O comerciante Aldir Bohum Alves foi o primeiro cliente da Farmácia Popular do Brasil em Curitiba. Ele comprou uma cartela de 20 comprimidos de ácido acetilsalicílico e pagou R$ 0,70. ?Na farmácia normal, pagaria 80% a mais. Esta é uma iniciativa muito interessante?, disse. (Joyce Carvalho)
Serviço – Mais informações e a lista completa dos medicamentos oferecidos podem ser obtidas no Disque Saúde (0800 61-1997) ou no site www.saude.gov.br/farmaciapopular. Em Curitiba, a farmácia está localizada na Rua Cândido Lopes, n.º 208, Centro. O horário de funcionamento é das 8h às 18h, de segunda a sexta, e das 8h às 12h aos sábados.