Curitiba ganha novo secretário antidrogas

Hoje, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, nomeia o ex-delegado de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal de São Paulo, Fernando Francischini, como secretário antidrogas da capital paranaense. No currículo, o delegado tem prisões como a do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadía e do contrabandista Law Kim Chong. Segundo Francischini, a secretaria, entre outros trabalhos, vai ocupar o lugar que o tráfico domina hoje nos bairros, com programas sociais que atraiam os jovens.

O delegado disse que aceitou o convite de Beto Richa depois de ouvir uma entrevista de Abadía, em que falava que a prisão dele não mudou em nada a situação do tráfico, porque outras pessoas já haviam tomado o seu lugar. ?Senti que estava enxugando gelo. Eu queria colocar em prática um projeto mais próximo da população, com possibilidades mais efetivas de reduzir o crime. Vamos combater o problema pela raiz?, explica.

Francischini diz que serão desenvolvidos vários projetos e a intenção é ocupar o lugar do tráfico em todos os bairros. Entre os trabalhos, ele cita o Esporte à Meia-Noite. Será criada uma escolinha de futebol para crianças, adolescentes e jovens, que vai funcionar das 23h até às 2h. Esse é o horário que o tráfico costuma arregimentar os jovens e a aposta é que o esporte ganhe essa batalha. Em Brasília, a idéia já mostrou resultados positivos, diminuiu em 25% o número de homicídios numa das cidades mais perigosas, Ceilândia. O projeto é considerado referência pela Organização das Nações Unidas (ONU).

As atividades vão contar com a colaboração de outras secretarias como a da saúde, educação e Guarda Municipal. O dinheiro deve vir da Secretaria Municipal de Governo, que terá a suplementação no orçamento deste ano e de parcerias com o governo federal. Também será oferecido parceria para prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba. ?Queremos mostrar que é um trabalho sério. Vamos fazer o possível para os resultados aparecerem a médio prazo?, disse.

Apesar de ter o foco na prevenção e de a secretaria não ter poder de polícia, o trabalho também deve atingir o tráfico de outra forma. A secretaria criará um equipe para mapear o crime na cidade, localizando traficantes e pontos de venda. O estudo deve ser feito em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas e também deve apontar soluções viáveis para o problema. A intenção é entregar todo esse material para a Secretaria de Estado da Segurança Pública e tirar Curitiba da 7.ª posição no ranking de mortalidade por armas de fogo.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo