Enquanto a Urbs negocia com o governo federal a liberação de recursos para implantar faixas exclusivas para ônibus, municípios que já adotaram a medida comemoram os resultados. Em São Paulo e Brasília, o número de usuários aumentou e a velocidade média dos veículos subiu. Especialistas afirmam que é uma oportunidade para que o transporte coletivo e o trânsito de Curitiba melhorem.
A ideia é adotar uma via só para ônibus em ruas e avenidas com três ou mais pistas. Hoje a velocidade média dos veículos do transporte público é de 17 km/h. Segundo especialistas, o ideal é entre 20 e 25 km/h. O professor Lafaiete Neves, pesquisador na área de transporte público, mostra-se favorável aos espaços exclusivos. “Além do aumento na velocidade média, pode significar diminuição no custo do transporte. São Paulo adotou a medida e está dando certo”.
O diretor de planejamento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) paulistana, Tadeu Leite, afirma que com o uso das faixas exclusivas, a velocidade média dos ônibus cresceu 45,7% no período da tarde, de 14,3 km/h para 20,8 km/h. Ele cita ainda que a procura pelo transporte coletivo teve leve aumento.
Demora
Em Brasília, o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTRANS) adotou a medida em dezembro de 2011. De acordo com Lúcio Lima, diretor técnico do órgão, além da maior velocidade média, não aumentaram os congestionamentos. “Nossa malha de faixa exclusiva ainda é tímida, com 55 km em cinco faixas. Para nossa surpresa, não houve piora no trânsito para outras pessoas”. Lima destaca ainda que o número de usuários do transporte coletivo cresceu cerca de 15% após a implantação da primeira faixa e o tempo de viagem diminuiu. “Os usuários ganham 40 minutos por dia: 20 na ida e 20 na volta”.
Para o professor titular de transportes da UFPR, Eduardo Ratton, hoje o transporte público em Curitiba é de péssima qualidade. A demora dos ônibus provoca muitos atrasos. O excesso de semáforos também prejudica o trânsito. “Houve orientação equivocada das administrações anteriores que trincheiras e viadutos não deveriam ser construídos porque não são bonitos”. O projeto é que os ônibus tenham sistema para que sempre peguem os semáforos abertos e evitem perder tempo em cruzamentos.