Curitiba é a capital nacional do design

Engana-se quem pensa que design é só a forma de um produto. O design tem um conceito muito mais amplo e, nos dias de hoje, ganhou diversas vertentes, como o design thinking, que é a investigação do perfil do cliente para desenvolver um produto ou serviço; e também o design de negócios, que é a maneira de tratar um cliente (maneira esta que deve render, não só dinheiro, mas também benefícios diversos para a empresa).

A Bienal Brasileira de Design, que ocorre em Curitiba até o dia 31 de outubro, traz todos esses conceitos relativamente novos no Brasil, além de trazer como tema principal neste ano a sustentabilidade.

Em relação ao design thinking e ao de serviços, as empresas já estão abrindo os olhos. Tanto que a própria Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) tem o Centro Internacional de Inovação.

O diretor do Centro, Ronald Dauscha, analisa que as empresas hoje devem ser cada vez mais empreendedoras (dentro dos novos conceitos de design) e não ficar somente pensando na sobrevivência.

“As indústrias devem sair um pouco da parte estética e prestar mais atenção no pós-venda, nos processos. Desenhando um processo novo dentro da empresa, você tem que qualificar funcionários, mudar a cultura deles”, comenta.

Porém, esses conceitos do design de serviços ainda são incipientes no Paraná, na opinião de Dauscha. “E no Brasil, vejo que ainda há muito desrespeito com os consumidores. Às vezes, um determinado empresário não vê a importância disso, mas penso que com o tempo essa visão deve mudar”, acrescenta.

Para a diretora de Produtos do Centro de Design Paraná, Letícia Castro, a ideia do design (em geral) ainda não faz parte da cultura do brasileiro como deveria. “Algumas empresas grandes já estão bem desenvolvidas na área de design de produtos e serviços, mas as pequenas ainda não, mais por questões de investimento mesmo. Mas já melhorou muito, os empresários já entendem o que é design. A área vem se consolidando, aos poucos, com divulgação”, comenta.

Ainda se tem a ideia de que o profissional do design é uma espécie de artista. O que é um equívoco. “O produto não sai da cabeça do design. Ele sai da oportunidade do mercado com base no que a empresa quer desse produto”, lembra ela.

Já para o gerente de design da empresa de móveis Flexiv, Dari Beck, o Paraná é um pólo de design, e conceitos diversos já estão mais do que consolidados por aqui.

“Estamos no período de maturação, mas o design já está sendo encarado por aqui como um diferencial. O Paraná já acordou para o design, para o fato de que design é trabalho, é conhecimento, é ciência. As empresas devem investir, mas sempre em algo viável para elas”, afirma ele.

A Flexiv possui um Estúdio de Design, no qual são desenvolvidos os produtos da empresa com um diferencial: o cliente faz parte da produção. “Com essa ideia do cliente ser o co-criador temos um grau de acertividade muito maior. Na co-criação você percebe muitas outras oportunidades, possibilidades de produto”, comenta Beck.

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