Mais do que prometia a força humana,
Eis que em novos ares é vislumbrado
Um lugar, onde é possível a gana
De ser liberto ? mesmo que acorrentado.
Cidade de gente que não se ufana
De por curitibano ser tomado;
Cidade que em suas fronteiras tem
A vontade humana de ir além.
Co?s olhos que de tudo são senhores,
Do que podem os pensantes sentidos,
Claros sinais da alma condutores
Aparecem nas ruas, são conhecidos:
Poderes celestes abrasadores
Libertam os bons desejos contidos.
Das árvores dormentes, as folhas mortas
Passam a ser iluminadas portas.
Ser esta vida cousa tão pequena
Não intimida os olhos que já miram
Nitidamente a futura cena:
A pátria melhor a que eles aspiram.
Curitiba agora torna-se plena;
Dirá um dia: ?Os males se evadiram!
Tenho árvores, doces águas e crianças
Que enchem os meus corações de esperanças.?
Com doce voz está subindo ao céu
O coração da cidade da paz.
Lugar que rompe o desumano véu
Que aprisiona a vida em correntes más.
Cidade eterna, que tem pena do fel
E que inspira o bom desejo a ser mais.
Beleza criadora! que tem como feito
O amor que quebra a lei da causa-e-efeito.