Curitiba 319 anos: Trânsito carece de soluções urgentes

Rodrigo Paes, 30 anos, é gerente de conta de uma empresa de software e passa praticamente o dia inteiro no trânsito de Curitiba, indo de um cliente ao outro. O itinerário dele pode percorrer cerca de 100 quilômetros em um só dia.

“É desgastante porque você precisa ir aos clientes e muitas vezes o trânsito te faz chegar atrasado e estressado ao mesmo tempo e isso pode prejudicar no trabalho”, diz Rodrigo.

Para ele, uma das soluções para tentar diminuir o tráfego dentro da cidade de Curitiba é a construção de mais binários, que, segundo ele, já melhoram o trânsito em alguns pontos da capital.

“Acho que é necessária a construção de mais binários, como por exemplo, o binário da Alameda Júlia da Costa entre o Bigorrilho e o Campina do Siqueira, que ajudou a desafogar o tráfego em alguns trechos da Rua Padre Agostinho. Acredito que mais alguns desses binários, principalmente nos bairros que circundam o centro, vão ajudar bastante o tráfego a fluir”, afirma.

Além dos binários, Rodrigo também acredita que a sincronização de alguns semáforos da cidade deve ser revista.

“Muitas vezes os sinais de trânsito têm o mesmo tempo durante todo o dia, sendo que o movimento é diferente em horários de pico. Isso faz com que tráfego se acumule sem tempo de todos os carros passarem. Acho que está na hora de rever esses tempos de semáforos ou até fazer o controle em tempo real”, conta.

Relacionamento

Rodrigo acredita que a relação entre motoristas e agentes da Secretaria de Transito (Setran) poderia ser melhor.

“Muitas vezes quase não há conversa e alguns deles são grossos. Acho que podia se criar um relacionamento maior entre as partes, com mais diálogo e bom senso”, diz.

Ainda em relação à Setran, ele reclama sobre a falta de agentes em situações de risco ou emergência. “Poderíamos ter mais agentes coordenando e organizando o trânsito quando um semáforo falha ou há um acidente. Sempre vemos eles fiscalizando as zonas de EstaR, mas quase nunca tentando organizar um cruzamento”, desabafa.

Flanelinhas

Uma das sugestões apresentadas por Rodrigo é dar uma solução à situação de flanelinhas espelhados pela capita. “Muitas vezes somos até ameaçados pra ter que pagar a quantia que eles pedem. E tem outros que vendem os cartões do EstaR. Então não se sabe até que ponto isso é permitido ou não. Enfim, acho que podiam dar um jeito nisso”, relata.

Trabalho ainda no início

Há pouco mais de três meses à frente da Secretaria de Transito de Curitiba, o advogado Marcelo Araújo recebeu a reportagem da Tribuna para responder às sugestões apontadas por Rodrigo.

Para o secretário, a questão levantada relacionada à construção de mais binários na cidade é importante, pois os resultados com os atuais binários em funcionamento na cidade tem demonstrado resul tados ef icientes.

“Realmente os binários dão maior fluidez ao trânsito e por isso é uma tendência nas grandes e até médias cidades. Com certeza, teremos mais binários na cidade, já que se trata de uma solução eficiente”, diz.

Sobre a sincronia de semáforos, Araújo afirma que a Curitiba em breve contará com um sistema novo de sincronização, que será implantado no Anel Viário. “Com esse sistema, poderemos ter um controle dos semáforos de acordo com o movimento registrado nas horas de pico e em tempo real. Se der certo, com certeza estudaremos a colocação em outros pontos da cidade”, revela.

Para Araújo, melhorar o relacionamento entre motoristas e os agentes de trânsito é quest&a,tilde;o de prioridade dentro da Setran. “Nos últimos meses tivemos até caso de agressão contra um dos nossos agente e isso mostra que algo precisa ser feito. Nossa equipe é toda orientada a tratar os motoristas com respeito e sempre mantendo o bom senso. Mas isso tem que vir dos dois lados. Acho que precisamos trabalhar para que essa relação seja mais harmoniosa”, conta.

Efetivo

O número de agentes de trânsito em Curitiba é uma discussão antiga e Rodrigo sugere que a capital tenha um maior efetivo para cuidar da fiscalização e organização das ruas da cidade.

O secretário de trânsito afirma que os cerca de 400 agentes são suficientes, no entanto. “Hoje temos as ciclopatrulhas. Além disso, estudamos a implantação de bases da Setran em pontos estratégicos da cidade para que haja maior rapidez aos atendimentos”.

Segurança

Em relação aos flanelinhas, Araújo revela que diante das situações de ameaça a questão é de segurança. “Não podemos intervir quando há casos de violência ou ameaça, Aconselhamos chamar a polícia‘. Ele ainda revela que existe uma lei dos anos 70 que endossa o trabalho de guardadores e lavadores de carro.

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Pontos de lentidão se multiplicaram nos últimos anos.
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