No auge dos seus 74 anos, o aposentado Iran Albuquerque é um dos moradores mais antigos do Capão da Imbuia. Chegou ao bairro há mais de 50 anos e viu toda a região crescer. Além de conhecer cada detalhe, seu Iran também entende de saúde. Há mais de anos, ele é o presidente do Conselho Municipal de Saúde do Cajuru, que abrange a região do Capão da Imbuia. “Conheço quase todos aqui no bairro e os problemas da região, principalmente na área de saúde”, diz.
Para seu Iran, a rede municipal podia dar maior atenção á saúde do idoso e do homem, principalmente nas doenças com diabetes, hipertensão e câncer de próstata. “Acho que o homem, principalmente, tem uma certa resistência para ir ao médico e só vai em situações extremas. É preciso fazer um trabalho para que haja um trabalho de prevenção”, diz.
A saúde mental e os dependentes de álcool e droga também merecem atenção, segundo seu Iran. Para ele, é preciso dar foco no atendimento do pacientes com esses perfis e aumentar a capacidade de atendimento dos Centros de Apoio Psicossocial. “O caso desses pacientes é mais delicado e exige maior atenção. Acho que podemos ampliar os programas relacionados a esses problemas de saúde, que têm ocorrido bastante”.
Clínicas
Outra sugestão apontada por seu Iran se refere ao aumento de capacidade das clínicas especializadas espalhadas. “Acredito que as clínicas funcionam bem e estão por toda a cidade, mas poderia atender a mais gente. Muitas vezes existe alguma dificuldade para marcar uma consulta. Então é preciso rever a capacidade dessas clínicas já que cada vez mais o cidadão está procurando por esse serviço e se continuar desse jeito a coisa pode piorar”, revela.
Mais profissionais
Como todo bom cidadão que usa a saúde pública, seu Iran pede a contratação de profissionais ligados à área. Segundo ele, nunca é demais ter um pouco mais de médicos, enfermeiros e auxiliares. “Para termos um atendimento com maior qualidade e eficácia, só com mais profissionais envolvidos. Se tivermos mais gente trabalhando na saúde, com certeza termos mais rapidez no atendimento. Com isso todos ganham”.
Sempre contratando
A secretária de Saúde de Curitiba, Eliane Chomatas, atendeu a reportagem da Tribuna e respondeu a cada uma das questões sugeridas por seu Iran para o sistema de saúde da capital paranaense. Em relação à atenção à saúde mental e aos dependentes de álcool e drogas, Eliane afirmou que já existe um trabalho reforçado em cima dos pacientes com problemas mentais.
“Hoje contamos com os núcleos de assistência psicossocial. O objetivo é aumentar a capacidade de atendimento deles. Sobre a questão do álcool, temos hoje um grupo de pessoas que já passaram pelo problema do alcoolismo que nos auxiliam no primeiro momento de aproximação desses pacientes. Como eles já viveram isso, eles sabem como conversar e oferecer ajuda. Além disso, reforçamos o trabalho de prevenção a estes problemas com palestras em escolas”, diz.
Uma das sugestões apontadas por seu Iran é sobre a saúde do homem e do idoso. Eliane Chomatas afirmou que em breve o Hospital do Idoso estará em pleno funcionamento na capital e isso fará com que a capacidade de atendimento deste público seja aumenta. “Lá teremos ambulatórios, leitos integrais, toda a estrutura necessária para atendê-los”, diz. Sobre a saúde do homem, Eliane afirma que a rede municipal tem um trabalho forte para doenças como diabetes e hipertensão. “Sabemos que o homem historicamente tem mais resistência para procurar um médico, por isso fazemos um trabalho informativo em estádios de futebol, campos ,de pelada e parques”, revela a secretária.
Contratações
Seu Iran recomendou a contratação de mais profissionais de Saúde. Sobre isso, a secretária afirma que a prefeitura está sempre contratando esses profissionais. “Neste momento estamos contratando 200 auxiliares de enfermagem e 100 enfermeiros”.
Outra questão levantada por Seu Iran se trata da capacidade de atendimento das clínicas especializadas do sistema de saúde de Curitiba. Eliane diz que esse é um desejo de todos dentro da secretaria. “Sempre trabalhamos pra aumentar o atendimento, tanto que temos feitos mutirões para atender ao máximo de pessoas possível. Existem algumas especialidades, como ortopedia, por exemplo, que exigem uma demanda maior. Tem a questão do atendimento eletivo também, que pode atrasar alguns processos”, afirma.
Arquivo |
---|
Unidades de Saúde de Curitiba sofrem com problemas de filas. |