Com mais de 30 anos dentro das salas de aulas, a professora Helga Ramiro se diz apaixonada pela a educação. Durante as três décadas de envolvimento, ela já deu aulas, foi promovida a diretora, e voltou ao cargo anterior por pura paixão pela profissão. Hoje em dia, Helga trabalha na Escola Municipal Professor Germano Paciornok, no Alto Boqueirão, na região sul da cidade. “Não sei explicar o que sinto pela a Educação, só sei que amo o que faço”, diz.

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Com tanta experiência na área, Helga afirma que Curitiba está à frente de outras capitais no quesito educação, mas diz que a cidade ainda pode avançar em alguns pontos. “Temos sorte de trabalhar com condições e tudo mais, porém, acho que sempre temos que pensar em melhorar as coisas. Evoluir sempre é preciso”, diz a professora.

Para ela, um dos pontos que Curitiba pode avançar dentro da educação é repensar o número de alunos dentro das salas de aula. “Acredito que o ideal seria trabalhar com 20 a 25 crianças. Mais do que isso pode prejudicar a aprendizagem dos alunos e também o trabalho dos professores. Para as turmas com crianças menores, esse número pode ser até menor”, diz.

Outra sugestão apontada por Helga se trata do preparo dos professores para lidar e educar crianças portadoras de necessidades especiais. Segundo ela, é preciso de mais tempo de treinamento para os professores darem aula a alunos com esse perfil. “Demorase para aprender as técnicas de ensino e às vezes muitos colegas, sem o tempo de preparo necessário, já têm que trabalhar com essas crianças”, revela.

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Mais professores

Mesmo afirmando que a cidade de Curitiba tem uma estrutura na questão de educação, Helga diz que contar com mais professores na rede municipal de ensino nunca é demais. “Sabemos que ter mais mestres nas salas de aula sempre é positivo. Acho que o número de professores podia aumentar um pouco”, diz.

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Ainda falando em estrutura, a professora Helga pede que algumas das escolas mais antigas da cidade sejam reformadas. “Existem colégios que estão com a infraestrutura um pouco danificada, precisando de reformas para oferecer melhores condições a alunos e professores”, conta. A professora também chamou a atenção para a segurança nas escolas municipais de Curitiba. Segundo ela, em algumas regiões alunos e professores sofrem com a violência. “Acredito que se colocar pelos menos uma guarda municipal em cada escola, já teríamos um grande avanço”.

Bônus

Segundo Helga, professores que trabalham com crianças menores de cinco anos deveriam ganhar uma espécie de bônus. “Lidar com alunos de idade menor é muito cansativo e o trabalho exige muito do professor. Então é preciso valorizar melhor as pessoas que cuidam dessas crianças nessa idade, que é tão delicada”, comenta.

Tudo dentro da lei

A Secretaria Municipal da Educação (SME) respondeu todas as sugestões apontadas pela professora Helga através de nota. Sobre a questão do número de alunos dentro das salas de aula, a SME afirma que a organização das turmas na rede municipal de ensino atende à portaria Nº. 26/2005 que ‘fixa número de educandos, para efeito de composição de turmas, nas unidades de Educação e Ensino‘ e à portaria Nº. 24/2008, que trata da ‘adequação dos estabelecimentos da Rede Municipal de Curitiba, na organização do ensino, gestão do espaço e distribuição de recursos humanos, nas unidades de Educação e Ensino’.

Na questão levantada pela professora Helga, referente ao treinamento de professores para o trabalho com crianças portadoras de necessidades especiais, a SME diz que a Coordenadoria de Atendimento às Necessidades Especiais oferta curs,os de capacitação nas diversas temáticas da Educação Especial. “Contamos com profissionais especializados na equipe regional que assessoram a unidade escolar subsidiando sua equipe no atendimento aos estudantes com deficiência. Além disso, a rede municipal conta com professores especializados que atuam como rede de apoio nas modalidades de Educação Especial”, diz a nota.

Contratações

Sobre o pedido para aumentar o número de professores na rede municipal, a SME declarou que “as contratações atendem à demanda prevista com a construção de novos CMEIs, a substituição de profissionais que se aposentaram, foram exonerados ou estão em licença e a reposição dos profissionais que participaram do processo de mudança de atuação (lei 10190) – deixam de trabalhar como professor e passam a atuar como pedagogos”.

Em relação às reformas nas escolas mais antigas, a resposta foi que em 2012, o orçamento da educação municipal corresponde a R$ 830.948,00, o que significa um crescimento de 10,51% em relação a 2011.

Segurança

A nota afirma que durante o dia, todas as escolas e creches são atendidas pela Guarda Municipal, com agentes trabalhando no local ou com rondas periódicas. Para o período em que não há funcionários na escola, existe um contrato com uma empresa de segurança monitorada, que atende todas as unidades da Secretaria Municipal da Educação. Sobre o aumento para os professores que lidam com crianças menores de cinco anos, a SME diz que já houve um reajuste 10% no salário de todos os 10,5 mil professores e que ainda os profissionais poderão receber até R$ 275 reais de gratificação pelo Programa de Produtividade e Qualidade.

Arquivo
Escola Municipal Rio Negro, no Sítio Cercado, logo após um assalto. Profesora Helga pede mais segurança.