Lucimar do Carmo / GPP |
Problema no local de visitação |
As sete casas centenárias de imigrantes poloneses, que compõem o Bosque João Paulo II, um dos pontos turísticos mais importantes de Curitiba, estão tomadas pelos cupins. Eles comprometeram vários troncos de madeira maciça que, entrelaçadas, formam as casas. O problema apareceu há alguns anos e a comunidade polonesa pede mais atenção para este patrimônio histórico da cidade.
Os descendentes de poloneses pedem que a administração municipal aja com urgência para resolver o problema do bosque.
A ação dos cupins pode ser vista até mesmo pelos turistas que visitam o local. Alguns chegam a comentar a situação, explica Danuta Lisicki de Abreu, coordenadora do Bosque João Paulo II. Ela conta que, há cerca de quatro anos, as casas passaram por uma restauração, feita por uma empresa contratada por meio de licitação pela Prefeitura. Mas o trabalho não surtiu efeito. "Cada vez mais a gente vê a ação dos cupins. Cada casa dessas tem mais de cem anos e, em seus locais de origem, não sofriam com isso", afirma.
Danuta revela que a comunidade polonesa está muito preocupada com o que pode acontecer se não houver uma resposta rápida. "Este é um marco da cidade e da nossa comunidade. Recebemos o turista, divulgamos a cidade e merecemos respeito. É preciso fazer alguma coisa antes que as casas se acabem", avalia. Ela conta que os poloneses conservavam as casas de madeira com querosene, aplicado na parte externa, e cal virgem, na parte interna.
O professor Mário Navarro, do departamento de zoologia da Universidade Federal do Paraná, comenta que esse tipo de problema é de difícil solução. Seria necessário agir em duas frentes: a recuperação da madeira e o reconhecimento da espécie de cupim que está agindo no local. "Com o reconhecimento, pode-se ter uma idéia de onde os cupins fazem seus ninhos. Além da recuperação da madeira, é preciso eliminar a fonte. Senão, os cupins atacam novamente. O monitoramento deve ser constante", classifica.
A Fundação Cultural de Curitiba, órgão municipal responsável pela manutenção do patrimônio histórico, divulgou nota a respeito da ação dos cupins no Bosque João Paulo II. "A atual gestão da Fundação Cultural de Curitiba fez no primeiro semestre um levantamento detalhado de todos os problemas em sua estrutura física, que tem 150 espaços culturais. Foram constatados problemas em todos os espaços. Já foram feitas reformas no Teatro do Piá, no Cine Luz, na Pedreira Paulo Leminski e no Solar do Barão. Estão em reforma a Casa da Memória e o Memorial de Curitiba. Em breve será feita uma reforma no Teatro Paiol. O problema de cupins nas casas do Bosque do Papa foi diagnosticado no levantamento feito pela Fundação Cultural, mas ainda não há uma previsão de quando ele será resolvido."