Cultura cigana luta para não morrer

O Dia Nacional dos Ciganos foi lembrado ontem, em Curitiba, sem muitas festas públicas. Segundo o presidente da Associação de Preservação da Cultura Cigana, Cláudio Domingos Iovanovitchi, não há na capital paranaense um local específico ou um monumento caracterizado cigano para que o povo comemore o seu dia. “Os poloneses, os italianos e outras culturas possuem um local dedicado a suas culturas, como bosques e praças. E o cigano, o que tem?”, indaga.

Os ciganos, que há milênios têm como característica ser um povo nômade, hoje sofrem mudanças culturais com o mundo moderno. Em Curitiba, cerca de 350 ciganos vivem em moradias fixas. “A mudança de alguns integrantes aconteceu devido à necessidade de conquistar alguns direitos de cidadão, como o voto, e poder regulamentar algumas burocracias exigidas no processo de conquista de reconhecimento cultural, que lutamos há anos para conseguir”, afirma Cláudio.

Mesmo muitas vezes rotulados como ladrões, feiticeiros e vagabundos, os ciganos continuaram sua marcha para propagar sua cultura diante de todos os lugares por onde passam.

Família

A família é a base da organização social dos ciganos, não havendo hierarquia rígida no interior dos grupos. O comando normalmente é exercido pelo homem mais capaz, uma vez que os ciganos respeitam acima de tudo a inteligência. A figura feminina tem sua importância e é comum haver lideranças femininas, pois nenhum cigano deixa de consultar as avós, mães e tias para resolver problemas importantes, através da leitura da sorte.

Desde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em casamento. Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos, que decidem unir suas famílias. O casamento é uma das tradições mais preservadas entre os ciganos, representa a continuidade da raça, por isso, o casamento com os não-ciganos não é permitido em hipótese alguma. Quando isso acontece, a pessoa é excluída do grupo.

A grande maioria dos ciganos no Brasil ainda exige a virgindade da noiva, que deve comprovar pela mancha de sangue do lençol, que é mostrada a todos no dia seguinte. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser devolvida para os pais, que terão de pagar uma indenização aos pais do noivo.

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