A Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania pretende implantar em todo o Sistema Penitenciário do Paraná o cultivo de plantas medicinais, para uso no processo de desintoxicação de dependentes químicos. Na semana passada, treze presos e oito funcionários da Colônia Penal Agrícola participaram do curso profissionalizante, mas também com efeito terapêutico, plantas medicinais, condimentárias e aromáticas.
O curso teve como objetivo ensinar técnicas, princípios ativos e beneficiamento de plantas. Nele, os alunos tiveram acesso às informações para a implantação da horta de plantas medicinais, que serão usadas pelos próprios internos, na cura de diversas enfermidades. Além disso, o próprio manejo com a terra é considerado uma atividade terapêutica.
Cumprindo pena por roubo, José Edi Freire de Lima, que participou do curso, declarou que além da integração com a natureza, "essa atividade me proporcionou conhecimento que mudou minha perspectiva para quando eu ganhar a liberdade, pois serei mais útil à sociedade". Ele ainda destacou que pretende se profissionalizar nessa área, principalmente depois de ter aprendido o poder curativo de algumas plantas. "É um conhecimento que poderei repassar aos meus familiares também", completou José, que revelou ter aprendido a propriedade de plantas que podem auxiliar no tratamento de alguns casos de câncer.
Professor do curso, o coordenador de pós-graduação de Agronomia da Universidade Federal do Paraná, Luiz Antônio Biasi, ressaltou que a proposta principal das aulas foi o fornecimento de dados para competência do exercício da atividade profissional. "Além de ser uma alternativa para fins econômicos, as pessoas têm acesso ao conhecimento sobre essas plantas encontradas na natureza e mesmo sendo cultivadas de forma simples, uma verdadeira "farmácia natural’", completou Biasi, reforçando que as técnicas de manejo e produção ensinadas, são destinadas para áreas de preservação ambiental, como a própria CPA.