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Cuidar da casa contribui para uma vida melhor

Para fazer bem a todo o bairro, não é preciso muito esforço. Deixar a própria casa com boa aparência e limpa é um passo e tanto, que muitos se esquecem de fazer. No Conjunto Oswaldo Cruz II, na CIC, tem gente que já percebeu isso e faz o possível para deixar o próprio espaço mais bonito.

Com 82 anos de idade, Velermina Rosa está sempre cuidando de seu jardim, com flores coloridas, como beijinho e hibisco. Ela mesma faz a poda das árvores – fato que conta com todo orgulho. Todo o trabalho, além de deixar a casa mais bonita, ainda faz bem para a saúde. “Ficar sentada o dia todo só serve para criar gordura”, brinca. “Sou uma jardineira”, se define. Velermina preocupa-se também em deixar a calçada sempre limpa. “Fico com vergonha quando vejo a frente da casa dos outros suja”. Na frente da casa dela fica uma casinha de cachorro. Ela conta que o cão foi abandonado por estar doente. Por isso, ela improvisou um abrigo e dá comida e água para o bichinho.

Nada de lixo

Outra casa que se destaca no conjunto Oswaldo Cruz II é a de Elmy Matias Ferreira. O imóvel está bem pintado, com a calçada limpa e o jardim bem cuidado – do tipo que todo mundo quer ter como vizinho. Elmy mora no bairro há 30 anos e conta que ela mesma cuida das plantas do jardim. Até uma hortinha com cebola e salsinha pode ser encontrada no meio das flores. Para manter a casa sempre impecável, a pintura é refeita de três em três anos.

Felipe Rosa
Elmy: atenção total às plantas.

Elmy tem cuidado também de dar o destino certo para o lixo de casa. “Sempre separo. Comecei a fazer desde que começaram as primeiras campanhas na televisão. Não é difícil, é questão de criar o hábito”, afirma. O marido e os dois filhos dela entraram na onda e ajudam na separação dos materiais. Lixo jogado na frente da casa dos outros ou na rua é algo que incomoda Elmy. “Não sei como conseguem jogar, eu me sentiria mal até de jogar um papel de chiclete no chão”, diz. Quando vê uma coisa dessas, não pensa duas vezes. “Eu ajunto, mesmo se for na frente da casa dos vizinhos, ou na rua. É uma coisa que a gente faz pelos outros também, não só para si”.

Coleção que veio do lixo

Quem se incomoda muito com lixo jogado nas ruas é Rogério Moreira, dono de um aviário na Rua Maria Cecília Aguiar Piza. Ele chega a varrer a ruas duas vezes por dia, para garantir a limpeza. “Para prevenir doenças, e paorque fica mais bonito”, justifica. A vizinha Shirleide Garbeline Bardieira confirma. “Ele faz toda a diferença por aqui. Tinha uma lixeira ali na esquina que vinha gente de todo lugar jogar lixo. Ele amarrava as sacolinhas para arrumar”, comenta. “Mesmo em dia de chuva ele varre e ainda aproveita a água para lavar o chão”.

Felipe Rosa
Brinquedos enfeitam paredes do aviário de Rogério.

Foi do lixo que Rogério montou uma coleção de brinquedos, composta por carrinhos, bonecos, ursinhos, relógios e outros objetos que enfeitam as paredes do aviário. “90% da minha coleção de brinquedos veio do lixo”, conta. Ele separa o próprio lixo e o da vizinhança. “Os catadores pegavam só o que queriam e o resto chutavam, rasgavam e deixavam no chão. Eu ia lá e arrumava”, diz. “Se cada um der um pouco de si ajudar v,ai fazer bem para todo mundo e para a natureza”, aconselha.