Cuidados em casa evitam picadas de aranha-marrom

Em todo o Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registrou este ano 4.159 casos de pessoas picadas por aranha-marrom. Na Grande Curitiba, as ocorrências chegam a 2.895.

A população, porém, pode ajudar a reduzir os números dispondo de informações como as desvendadas por um estudo realizado pelo projeto Pronex do Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI) da Sesa. A pesquisa revela que as lagartixas e a limpeza de cômodos com aspirador de pó são as melhores armas contra as aranhas-marrons.

O secretário estadual da Saúde, Giberto Martin, diz que a aranha-marrom se tornou um problema de saúde pública. “Precisamos saber os hábitos da aranha-marrom e os cuidados que devemos ter dentro de casa. Todos esses acidentes registrados representam o risco que a população corre ao entrar em contato com esses animais peçonhentos. Na sua forma mais grave, a picada da aranha-marrom pode até levar o paciente à morte”, alerta.

Todos os estudos com os métodos contra a aranha-marrom foram realizados em uma casa-laboratório com biólogos, químicos e físicos de universidades do Paraná, Japão, Estados Unidos, Eslovênia e Alemanha.

“Após testes com 16 venenos, verificamos que o método mais eficiente de eliminação da aranha-marrom está nas ações de limpeza e contato com os inimigos naturais do animal. O aspirador de pó e as lagartixas podem, sim, reduzir a população de aranhas nas residências”, explica o biólogo da Sesa, Emanuel Marques da Silva. “A casa-laboratório representa a realidade que muitos paranaenses encontram em suas residências”, resume o vice-coordenador do projeto, Francisco Marques.

Para obter resultados satisfatórios, Silva diz que a ação não deve ser isolada. “Não adianta apenas uma casa acabar com o foco de aranhas numa rua. É preciso que todas façam limpeza e manutenção para que os casos de picadas sejam minimizados”, explica.

No Estado, as aranhas-marrons são encontradas com mais facilidade em Curitiba e região metropolitana, durante a noite. De acordo com Silva, as condições climáticas da capital favorecem as infestações e a reprodução do bicho. “Através da casa-laboratório verificamos que, com o calor dessa época, as aranhas fogem de ambientes onde vivem, aumentando, assim, as picadas. Como o animal tem hábitos noturnos, é preciso que a população fique atenta às roupas, calçados e cobertores”, explica.

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