continua após a publicidade

Sumiço deve ser registrado imediatamente no balcão
da companhia aérea.

Com a chegada do final do ano, o número de vôos nacionais e internacionais se intensifica devido às férias e às datas festivas. Mas o que seria o começo de um período de diversão pode se transformar em dor de cabeça. Um dos motivos é o desvio ou extravio de bagagem pelas companhias aéreas, fato notado pelo passageiro somente quando não encontra a sua mala na esteira do saguão de desembarque.

Segundo o diretor da Associação Brasileira de Agentes de Viagem (Abav) no Paraná, Aroldo Schultz, o problema é muito comum. Ele mesmo, quando viajou para Madri (Espanha) com a esposa, sofreu com o "esquecimento" da companhia aérea. A bagagem de sua mulher chegou no destino somente um dia depois. "Foi uma situação extremamente desagradável", recorda.

Schultz orienta que o passageiro não saia do aeroporto em hipótese alguma, quando detectar que a sua bagagem não apareceu. Se isso acontecer, ele perde seus direitos. O prejudicado deve se dirigir imediatamente ao balcão da companhia área e abrir uma ocorrência (Registro de Irregularidade de Bagagem), informando a descrição da mala, os objetos que estão em seu interior e o endereço para ser entregue. "Na maioria dos casos, a bagagem é entregue em menos de 24 horas. São raros os casos de extravio quando nunca mais acham a mala", comenta. O desaparecimento da bagagem é considerado extravio depois de 72 horas do ocorrido. A partir de seis horas de transtorno, a companhia aérea já tem responsabilidades junto ao Departamento de Aviação Civil (DAC). Quando a mala chegar no endereço indicado, é necessário verificar a sua condição e os pertences dentro dela na frente do funcionário da empresa.

continua após a publicidade

Segundo o órgão, configurado o extravio de bagagem, o passageiro será indenizado em até 150 Obrigações do Tesouro Nacional (OTN), índice de referência para cálculos do Tesouro Nacional, nos vôos nacionais. Nos casos de viagens internacionais, é estipulada a responsabilidade da empresa em US$ 20 por quilo da bagagem extraviada. Nas duas situações, o passageiro tem a opção de declarar os valores atribuídos a sua bagagem, antes do embarque, e pagar uma espécie de seguro determinado pela empresa. Se a mala for extraviada, o viajante terá que receber o valor declarado nesse processo. A companhia tem o direito de verificar o conteúdo da bagagem se a pessoa optar por esse procedimento. A Coordenadoria de Proteção e Direito do Consumidor (Procon) do Paraná informa que a indenização tarifada não segue as regras do Código do Consumidor. Se não houver a devolução da bagagem, o passageiro deve procurar o órgão.

Schultz recomenda a compra de um cartão de assistência, uma categoria de seguro, para evitar esse transtorno. Ele custa em média R$ 19 para viagens dentro do Brasil e US$ 27,50 para destinos internacionais. "É uma boa saída porque o seguro fica cobrando a companhia aérea. Se a pessoa não tiver a assistência, vai ter que correr com isso sozinha. Além disso, o seguro cobre um percentual do prejuízo, completando a indenização oferecida pela empresa", diz.

continua após a publicidade

O diretor da Abav lembra que, às vezes, a bagagem não aparece na esteira para o passageiro, mas ela não está extraviada. Quando não há espaço suficiente no compartimento de bagagem no avião, o excedente pode ser encaminhado ao próximo vôo para o mesmo destino. As companhias não comunicam esse procedimento. Schultz também pede para que os passageiros fiquem muito atentos às suas bagagens na hora de pegá-las no desembarque. É preciso verificar se as malas não sofreram estragos (peças quebradas, costura danificada ou se está molhada, por exemplo) durante a viagem. Caso isso aconteça, o passageiro também deve reclamar no balcão da empresa. "As pessoas também pegam algumas malas por engano. Coloque algum tipo de identificação nelas e verifique se são suas no momento do desembarque", aconselha.

"Todo cuidado é pouco"

A Infraero aconselha os passageiros a tomarem conta de sua bagagem antes do embarque e depois que saem da área de desembarque. "Todo cuidado é pouco, pois não estamos livres de nada, mesmo contando com policiais e seguranças no aeroporto. A bagagem deve estar sempre próxima", comenta Antônio Filipe Bergmann Barcellos, superintendente da Infraero no Aeroporto Afonso Pena.

As pessoas esquecem muitos objetos no local, como máquinas fotográficas, pastas e guarda-chuvas. Em 70% dos casos, a administração do aeroporto consegue localizar os donos e efetuar a devolução dos objetos.

Outro transtorno que pode ser evitado pelos passageiros é o transporte de tesouras, canivetes, lixas de metal para unhas e outros objetos cortantes dentro da bagagem de mão. Quando ela passa pelo raio-X, os funcionários solicitam que esses objetos sejam retirados. Eles podem ser despachados com o restante da bagagem no balcão da companhia ou deixadas ali mesmo. No Aeroporto Afonso Pena, de janeiro até agora, foram abandonados 1.229 objetos cortantes. Os achados pelo aeroporto totalizam 1.417 pertences. No ano passado, foram 2.010 objetos abandonados ou perdidos no local. (JC)

Passagem: não deixe para a última hora

Há poucos dias do Natal e do Ano Novo, é grande a procura por passagens na rodoviária de Curitiba. O movimento teve início no último sábado e deve prosseguir até o dia 31. Para o Natal, os destinos mais procurados costumam ser cidades do interior do Estado, como Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina e Maringá. No Ano Novo, é grande o número de ônibus deixando a capital em direção aos litorais do Paraná e Santa Catarina.

Segundo o administrador da rodoviária, Jair José Carvalho, nos meses de dezembro e janeiro a média de embarques diários costuma ser de 14 mil. Nos dias que antecedem 25 de dezembro e primeiro de janeiro chegam a ocorrer 24 mil embarques. "Aconselhamos as pessoas a adquirirem suas passagens com antecedência. Embora as empresas de ônibus estejam se preparando para atender a demanda, quem deixar para a última hora corre o risco de não encontrar passagem para o destino desejado", afirma Jair.

A maioria das empresa em atividade deve disponibilizar ônibus extras para as próximas duas semanas, mas a quantidade total de veículos ainda não foi definida. Diariamente, cerca de quinhentos ônibus deixam a rodoviária de Curitiba. No ano passado, nos dias 19, 20, 23, 24, 26, 27, 30 e 31 dezembro, foram utilizados 827 veículos extras.

Passageiros

No Natal do ano passado, a sanitizadora Miriam Rodrigues Savian deixou para comprar passagem na semana do Natal e acabou não encontrando. Ontem, ela esteve na rodoviária para comprar o bilhete com antecedência, não correndo o risco de passar as festas de final de ano longe dos familiares, que moram em Foz do Iguaçu. "No ano passado não havia mais passagens. Este ano, consegui escolher até a poltrona."

A diarista Rosa Rodrigues comprou ontem passagens para o município de Ibema, na região Oeste do Paraná. Ela queria viajar no próximo dia 23, mas acabou adquirindo passagens para o dia 21. "Gosto de pegar uma poltrona bem na frente, pois viajo com criança. No ônibus do dia 23 não tinha mais. Ainda bem que cheguei cedo e consegui comprar para dia 21." (Cintia Végas)