Com a volta às aulas na semana que vem, aumenta o número de veículos e pedestres nas ruas e os riscos de uma criança sofrer algum acidente é maior. Em 2003, em Curitiba e Região Metropolitana, 33 pequenos perderam a vida no trânsito. A chefe do Núcleo de Educação e Cidadania da Diretoria de Trânsito (Diretran), Maura Mora, chama a atenção dos pais para a segurança desse público no trajeto até a escola.
Segundo Maura, não existe uma estatística que aponte o aumento de veículos e pedestres nas ruas no retorno as aulas, mas afirma que a mudança é percebida visualmente. Nessa época, as preocupações do órgão se voltam para a segurança das crianças. Em determinados horários, a concentração de veículos e pedestres aumenta e a possibilidade de ocorrer algum acidente é muito grande.
As crianças que vão a pé ou de bicicleta correm risco de atropelamentos. Para Nanci Takada, assistente de projetos da ONG Criança Segura, o ideal é que menores de 10 anos andem pelas ruas acompanhadas por um adulto, pois os pequenos têm dificuldade para reconhecer uma situação de perigo. Se isso não for possível, os pais devem ensiná-las como se comportar no trânsito. Em caso de atropelamentos, as chances de sobrevivência são pequenas. "Por terem uma estrutura frágil e serem pequenas, as partes mais afetadas são sempre a cabeça e tronco", revela Nanci. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2003, 21 crianças de zero a 14 anos morreram atropeladas enquanto caminhavam na rua, outras 8 andavam de bicicleta e 4 eram ocupantes de veículos.
Para ajudar as crianças a chegarem com mais segurança até as escolas, os guardas municipais auxiliam na travessia de ruas perigosas próximas aos estabelecimentos. Além disso, a Diretran também intensifica no começo de cada ano e no retorno das férias de julho as campanhas de orientação aos pais.
Inadequado
Outro problema seria o transporte inadequado das crianças dentro dos carros. Maura comenta que a maioria dos pais costumam colocar seus filhos soltos no banco de trás dos veículos. A informação pode ser confirmada por uma pesquisa informal feita pela ONG Criança Segura nas estradas, no início deste ano. Revela que mais de 60% das crianças não estavam usando os equipamentos de segurança, como as cadeirinhas e assentos elevados. "Os pais ainda desconhecem as normas de segurança e os perigos", comenta Nanci.
Ela explica que bebês até um ano de idade devem usar uma cadeira especial com a frente voltada para o lado contrário ao movimento dos carros. Depois, até quatro anos deve ser usado outra cadeira com a frente para o fluxo de veículos e, por último, o assento elevado. "Neste caso, o cinto deve ficar em cima do ombro e do quadril da criança", explica. Depois dos 10 anos, o cinto de segurança é indispensável. Os equipamentos variam de R$ 80 a R$ 1 mil.