Quem gosta de animais de estimação precisa ter cuidado na hora de adquiri-los, pois alguns podem ter origem no contrabando. Segundo o proprietário do único criador legalizado do País de tartarugas tigre d’água, Ricardo Romanetto, passa de 60 mil o número de quelônios dessa espécie contrabandeados por ano. Isto representa um risco para a saúde da população e também para o equilíbrio do meio ambiente.
Geralmente as tartarugas tigre d’água caem no gosto das pessoas porque são pequenas, ideais para viver em aquários. No entanto, o que pouca gente sabe é que esses animais na fase adulta podem medir até 25 centímetros. Se bem alimentada e com a temperatura ideal, ela chega a cerca de 15 centímetros em um ano e meio. Quando isso acontece, o proprietário perde o interesse e acaba abandonando o bicho em qualquer lugar. A maioria morre porque não tem o hábito de procurar alimento.
A situação se complica ainda mais quando se trata da tartaruga tigre d’água, conhecida por orelha vermelha. Ela é natural da Flórida, Estados Unidos, mas tem sido contrabandeada com freqüência para o Brasil. Quando as pessoas a soltam, ela causa um desequilíbrio na natureza. Por ser mais agressiva e resistente que a espécie brasileira, acaba conseguindo predominar no meio ambiente. “Ameaçam as nossas espécies e ainda podem trazer doenças diferentes para o nosso País”, fala Romanetto. Segundo ele, cerca de 90% das tartaruguinhas apreendidas ou doadas ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a outros órgãos ambientais não são da fauna brasileira. Romanetto começou a sua criação com tartarugas tigre d água que ele conseguiu junto ao Ibama. Elas são originárias do Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai.