Passear com a família ou com amigos pela areia da praia e aproveitar para saborear um delicioso petisco acompanhado por aquela cervejinha. O que, num primeiro momento, pode parecer um simples momento de lazer pode se transformar em um pesadelo.
Para evitar que isso aconteça, as autoridades sanitárias alertam para que o veranista esteja atento aos alimentos que são comercializados à beira-mar. De acordo com o Departamento de Vigilância Sanitária da prefeitura de Matinhos, em todo o ano passado, foram registrados 1.795 casos de gastrenterocolites agudas (Geca) uma infecção intestinal causada por micro-organismos que podem contaminar o alimento se o preparo ou a conservação forem inadequados.
Segundo o diretor da Vigilância Sanitária, Ademir Alves de Jesus, a preocupação aumenta durante a temporada, já que o aumento da temperatura pode propiciar a proliferação de agentes patológicos.
“Essas infecções causam diarreia e vômitos e são perigosas porque desidratam muito rápido. A orientação é que se procure o auxílio médico o mais breve possível”, afirma o diretor.
Segundo ele, devido ao rigor da fiscalização e aos trabalhos de orientação aos ambulantes, a incidência de contaminação tem diminuído. “Isso, no entanto, não significa que poderemos relaxar”, afirma.
Ademir conta que a Vigilância Sanitária tem feito vistorias inclusive nas casas dos vendedores ambulantes, onde são fritos os alimentos. Além de verificar a cozinha, as equipes ainda prestam orientações sobre os cuidados para evitar contaminações.
Quanto às exigências para a obtenção dos alvarás, o diretor enumera a utilização de proteção lateral nos carrinhos, para evitar qualquer contato com a areia, e coifa de exaustores para os que utilizam equipamentos para fritura. “O departamento também solicita a instalação de uma bomba de água limpa e a disponibilidade de detergente líquido e sabão nos carrinhos”, diz.
O vendedor Sebastião Belarmino, que trabalha com uma barraca de churros, conta que as massas para o preparo do produto não passam o dia expostas ao calor. Segundo ele, são utilizadas apenas duas massas a cada uma hora e meia. “Quando está para acabar, outra pessoa vai até em casa buscar outras duas”, revela.
Já o vendedor de milho verde, Valdir Eduardo Nantes, conta que, além de primar pela limpeza, afirma que mantém o produto armazenado em água quente por no máximo meio dia.
Com isso, ele afirma ter uma perda de 10% do produto. “É melhor essa margem de perda, mas com uma margem boa de lucro, do que ter que expor os fregueses ao perigo”, conta.
A veranista Jéssica Torres, que reside em Ibaiti, conta que procura escolher lugares que visualmente parecem estar mais limpos. Ela conta que prefere não consumir muita fritura.
“Nunca se sabe o quanto o produto está exposto. É melhor evitar”, conta. Já as amigas Ana Gusso, de Mato Grosso do Sul, e Roseli Xisto, de Curitiba preferem não correr riscos. “A certeza que temos é que a água de coco não tem problema porque está fechadinha”, brinca Roseli.