Mesmo após a conclusão de grande parte das obras da duplicação da BR 116, dois cruzamentos no trecho que liga o bairro Tatuquara ao município de Fazenda Rio Grande apresentam perigo para quem utiliza as vias, e principalmente para os moradores da região. Apesar da duplicação de 7 km já estar finalizada e pronta para uso, com a exclusão das trincheiras previstas para os cruzamentos apenas 3,8 km estão livres para tráfego.

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De acordo com a Autopista Planalto Sul, empresa que detém a concessão da BR 116 até a divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, nos últimos 6 anos o número de acidentes disparou. Desde 2008, ano em que a Autopista assumiu a concessão, os acidentes nesses cruzamentos aumentaram 35% no cruzamento da rodovia com Rua Jorge Tortato e 42% na Rua Vereador Ângelo Burbelo. Conforme o projeto inicial, os dois cruzamentos deveriam ter recebido uma trincheira e um trevo em desnível para que o fluxo ocorresse com segurança.

Porém, com a exclusão do corredor metropolitano do PAC da Copa, ambas as obras nem chegaram a sair do papel. O pedido foi feito a época pelo próprio Governo do Paraná . Após a retirada do corredor metropolitano as obras nos cruzamentos ficaram sob a responsabilidade do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), no trecho da Ângelo Burbelo, e da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), na Jorge Tortato. De acordo com o Ippuc o projeto executivo já está sendo elaborado, mas apenas em 2015 há previsão para que as obras iniciem. A Comec informou que o projeto já esta pronto, mas após a exclusão do PAC da Copa e a reprovação no PAC da Mobilidade, não existe previsão para que haja fundos suficientes para execução das obras.

A solução paliativa encontrada em conjunto pela Autopista e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi realizar um retorno em nível provisório para reduzir o indicie de acidentes nos cruzamentos. ‘Se nem a Prefeitura de Curitiba, nem o Governo do Estado, tomam uma providência, o melhor a ser feito é fechar estes cruzamentos. Nossa preocupação é com o bem estar do motorista e do pedestre da nossa rodovia‘, disse o diretor superintendente da Autopita Planalto Sul, Antônio Cesar Ribas Sass.

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Risco grande

Atualmente 3,2 km da obra de duplicação da BR 116 estão totalmente bloqueados para os veículos. Isso pelo risco que os cruzamentos oferecem a população e aos motoristas. Morador de Fazenda Rio Grande, Cristiano de Souza conta que já presenciou muitos atropelamentos. ‘Para quem mora aqui é muito difícil, pois o movimento não para. Acidente é o que mais acontece por aqui. E geralmente é grave por que os carros andam rápido‘, conta.

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Cristiano diz que o grande fluxo de carros e caminhões e a falta de passarelas e trincheiras tem sido responsável pelo aumento dos acidentes na rodovia. ‘Tenho certeza que se as duas vias estivessem livres para os carros mais pessoas seriam atropeladas‘, diz Cristiano. O morador conta que a dificuldade em atravessar a via é diária. ‘Minhas cunhadas moram de um lado da rodovia e estudam do outro. Todo dia temos que atravessar a via, só que tem muito carro que anda no acostamento e o risco é grande‘, afirma.

Os motoristas também reclamam da falta de organização nos cruzamentos. Segundo o professor de judô, Alelso Silva, a confusão no cruzamento da Ângelo Burbelo chega a deixa-lo 20 minutos parado. ‘Tem dia que volto para tentar dar aula na outra escola que trabalho e demoro quase meia hora apenas para conseguir entrar na rodovia‘, diz. De acordo com o professor o risco de acidentes para quem tenta ser mais rápido é alto. ‘Eu tenho medo nesse trecho, por que os carros vêm em alta velocidade e é raro alguém reduzir e dar a vez em uma ro,dovia‘, diz.