Uma possível flexibilização da validação do diploma de médicos formados no exterior é fortemente contestada pelas entidades que representam a classe. O governo federal estuda a medida para suprir a necessidade de profissionais no País, principalmente no interior. Mas o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) e a Associação Médica do Paraná (AMP) alegam que não há falta de médicos.

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O governo federal cogita dispensar os médicos estrangeiros de fazer o exame Revalida, instrumento para a validação ou não do diploma. Ou ainda oferecer residência no serviço público de saúde para os interessados, que trabalhariam dois anos no Programa de Saúde da Família em cidades que carecem de profissionais. E depois teriam o diploma revalidado em território nacional.

“Nosso entendimento é de dar força ao Revalida. O grande problema é não ter acesso à grade curricular do curso de Medicina lá fora e muitas faculdades nem mesmo possuem vestibular”, afirma Alexandre Bley, presidente do CRM-PR. De acordo com ele, também não existe garantia de que o médico estrangeiro se fixará no serviço público.

Para o presidente da AMP, João Carlos Baracho, existe uma concentração de profissionais em certas regiões. “Somos contrários a esta abertura absoluta da validação. É difícil concordar com  a validação para depois ver o que fazer com estes médicos”, avalia. Ele diz que é preocupante a liberação desenfreada de escolas médicas sem a estrutura adequada e a transformação do serviço público de saúde em uma espécie de residência, sem a qualificação dos profissionais para a orientação acadêmica. Baracho acredita que seria mais eficiente uma política efetiva para tornar o Sistema Único de Saúde (SUS) atrativo para fixar o médico, com piso salarial e plano de carreira.

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A secretária de Saúde de Curitiba, Eliane Chomatas, admite dificuldade de contratar médicos para o serviço público, mas alega que isso ocorre mais no interior. Ela defende que o profissional precisa ter qualidade, independentemente da nacionalidade.