Maria Amélia garante que a demanda é superior.

A Associação Paranaense de Familiares e Amigos dos Portadores de Esquizofrenia (Apafape) critica a distribuição de medicamentos por parte da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para pacientes de esquizofrenia refratária. De acordo com a presidente do órgão, Maria Amélia Ferreira Tavares, o número de pessoas atendidas é muito inferior a demanda existente. A farmacêutica da Divisão de Medicamentos Especiais (Cemepar) da Sesa, Deise Pontarolli, concorda que existe pacientes no Estado que não são atendidos, mas avalia que o serviço está em desenvolvimento.

Os pacientes com esquizofrenia refratária são aqueles que não respondem aos medicamentos convencionais e precisam de drogas mais modernas. Cada caixinha pode custar entre R$ 300 e R$ 400. Maria Amélia fala que em Curitiba só os médicos do Centro Psiquiátrico Metropolitano da Sesa podem receitar o medicamento. No Paraná existem centros psiquiátricos em Curitiba, Londrina, e Maringá. Este ano foram criados um em Pato Branco e outro em Umuarama. Eles atendem 750 pessoas. Dessa forma, os psiquiatras precisam encaminhar seus pacientes para o centro, perdendo o contato com eles. Deise afirma que o centro avalia cada paciente e precisa acompanhá-lo enquanto toma o remédio, para saber como ele reage. Mas nada impede que o paciente continue sendo atendido pelo seu antigo médico. “É opção do paciente”, diz.

Outro problema levantado pela associação é a verba destinada à esquizofrenia refratária. Dos cerca de R$ 25 milhões enviados pelo governo federal, só R$ 636 mil vão para a área. Deise afirma que o dinheiro é distribuído conforme a quantidade de pacientes de cada doença. A demanda que está cadastrada no sistema está sendo atendida. Se ela aumentar, a verba acompanha.

Maria Amélia disse ainda que, em 2001, a associação entrou com um protocolo na Sesa para que os pacientes jovens, mesmo não sendo refratários, recebessem o medicamento. No entanto, ela afirma que o pedido foi negado. Deise diz que a secretaria segue as normas do protocolo do Ministério da Saúde, publicada em maio deste ano. E um dos requisitos para o paciente receber o medicamento chamado de atípico é ter usado os outros, sem que eles tivessem efeito.

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