A crise pela qual passa o Hospital Evangélico coloca em alerta o sistema de saúde de todo o Paraná. Com 440 leitos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e mais de 90 mil atendimentos de urgência e emergência prestados no ano passado, o HE é o maior e um dos mais importantes hospitais do Estado. As paralisações quase mensais trazem reflexos no atendimento das outras unidades, que muitas vezes não conseguem absorver a demanda.
Na avaliação da superintendente de gestão da Secretaria Municipal da Saúde, Anna Paula Penteado, órgão que coordena o atendimento pelo SUS, a situação é preocupante para toda a sociedade, mas ainda não trouxe danos significativos. Há uma semana, a paralisação dos funcionários tumultuou o atendimento no hospital, fazendo com que os pacientes de urgência e emergência atendidos pelo Samu e Siate fossem encaminhados a outras unidades de pronto atendimento. Na época, o Hospital do Trabalhador ficou lotado e o Cajuru teve sobrecarga de atendimentos.
Impacto
“É uma situação muito pontual. Quando acontecem estes casos temos impactos, mas o hospital está cumprindo metas”, diz Anna Paula. Ela afirma ainda que não há no Estado estrutura com capacidade como a do Evangélico. Por mês são repassados R$ 9,6 milhões, recursos dos governos federal e municipal. A previsão é que o valor aumente nos próximos meses com a inclusão da instituição em programas governamentais.
Defasagem de pessoal
Junto com o Hospital Evangélico, a situação no Hospital de Clínicas também compromete o atendimento público. Com grande relevância nos serviços de saúde, o hospital enfrenta há dois meses a greve de seus funcionários e desde então mantém apenas 60% do funcionamento para serviços de laboratórios e consultas eletivas. “Mesmo sem greve estamos com grande defasagem de pessoal, que está ainda mais restrito”, avalia o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest-PR), José Carlos de Assis.