A técnica do mosaico está despertando a atenção dos alunos da Escola Municipal Nossa Senhora do Carmo, no Boqueirão, em Curitiba. Os muros da escola estão ganhando vida com painéis coloridos, que retratam as brincadeiras do tempo dos avós e a deles também. Durante o projeto, artistas como o belga Pieter Brugel, que viveu no século XVI, e o brasileiro Cândido Portinari, do século passado, se tornaram mais conhecidos da garotada.
As professoras de Educação Artística Alvarina Raquel Taveira, Maria Cristina Ferreira Elias e Nílcéia de Fátima Baby tiveram a idéia de trabalhar com mosaico depois de visitar uma exposição de artes. O tema brinquedos e brincadeiras foi escolhido porque as professoras estavam trabalhando em sala de aula os direitos das crianças: o direito de brincar ganhou destaque.
O resgate das brincadeiras antigas foi feito através de filmes, pesquisas e conversas com familiares. Filipe Fernando da Silva, 10 anos, falou com o tio e descobriu o biboquê, brinquedo de encaixe, que desenvolve a agilidade. Mas não é só isso, ele também se empolgou com a técnica do mosaico e anda fazendo planos. “Quero enfeitar a minha casa”, disse. Já Bianca Rondon, 10 anos, aprendeu a importância da pesquisa. “Pesquisando a gente aprende mais”, ensina. Conceitos de arte como textura, plano, cor, linha e forma foram assimilados através da análise das obras. Tanto Brugel quanto Potinari retratam boa parte da sua infância em pinturas.
Depois de tanto estudo, chegou a vez de dar vida aos brinquedos e brincadeiras. Cada aluno desenhou o que mais gostou e juntos montaram os painéis. Este ano, seis deles vão enfeitar a escola, mas em 2003 o projeto continua com as outras turmas da segunda etapa, ciclo II (4.ª série). No painel que abre a exposição um menino sentado no computador convida a todos para brincar na hora do recreio. “Ele faz um paralelo entre as brincadeiras e jogos eletrônicos”, explica Nilcéia.
Os pais também participaram do projeto. Eles ajudaram nas pesquisas e a fixar as gravuras no muro. “Agora a escola vai ficar mais bonita”, declara Felipe Jonathan, 10 anos, ao observar o próprio desenho enfeitando a escola.