Crianças de comunidades carentes do Portão e da Fazendinha, como Ferrovila, Vila Maria, Vila Leão e Vila Formosa, aprendem desde cedo que a vida real não é nada parecida com a fantasia. Além das dificuldades financeiras das famílias, muitas delas conhecem ainda pequenas um dia a dia próximo à criminalidade e ao tráfico de drogas. Mas desde o ano passado, contam com forte apoio para construir um futuro diferente.
Lançado em 2012, o projeto social Núcleo de Formação Indicador oferece à garotada da região uma série de atividades em contraturno escolar, que servem para tirá-las das ruas e reforçar o aprendizado. Atualmente, o núcleo atende 67 crianças de 6 a 12 anos com oficinas socioeducativas de artes, teatro, conhecimentos gerais, judô, musicoterapia, inglês, leitura e convivência.
Sem discriminação
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| Tatiana diz que garotada participa de atividades em contraturno escolar. |
A maioria dos meninos e meninas que participam do núcleo vem de famílias de baixa renda e estuda em escolas públicas. Algumas delas são encaminhadas pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras). Outras vivem em casas-lares, depois que seus pais perderam sua guarda. “Muitas delas chegam aqui em situação muito complicada, com os pais viciados ou traficantes de drogas”, diz a diretora do núcleo, Tatiana de Cosmo Martins.
Mas dentro do núcleo, não há discriminação. “Não separamos nem identificamos quem vem das casas-lares. Aqui, convivem com outras crianças que têm famílias maravilhosas e muito bem estruturadas. Moram em casas com duas peças, mas têm educação melhor que nossos próprios filhos”, ressalta Tatiana.
Além do trabalho diário com as oficinas, o núcleo também atua em atividades extras que chegam a atender até 2 mil crianças. São campanhas de arrecadação de material escolar, agasalhos, chocolates na Páscoa, brinquedos no Natal, além de campanhas emergenciais, como as que ajudam famílias vítimas de enchentes e temporais.
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| Toda estrutura foi construída no barracão que só tinha as paredes. |
Ampliação desde 2012
O núcleo é mantido pela Associação Beneficente De Mãos Unidas, em atividade desde 2004. A entidade surgiu em 2004, através de grupo de voluntários que prestava serviço em creches da cidade. “Sentimos a necessidade de ampliar nossa atuação e, no ano passado, demos início ao projeto social do núcleo. Antes, tivemos que construir toda esta estrutura, já que aqui era um barracão que tinha só as paredes. Foram dois anos de obras”, conta Tatiana de Cosmo Martins.
Para sustentar o projeto, a associação depende de doações e da realização de eventos, como churrascos, chás e jantares. Atualmente, tem o apoio de 35 patrocinadores e recebe pequena ajuda da Fundação de Ação Social (FAS). O núcleo conta com sete funcionários e 20 voluntários fixos, além de 50 que reforçam o time a cada campanha.
Quem quiser conhecer o projeto de perto pode ir até a sede do núcleo, na Rua Raul Felix, 277, no Portão. O telefone é o (41) 3079-2034.
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| Associação depende de doações. Tem 35 patrocinadores e ajuda da FAS. |