A arte oriental do ikebana está ao alcance de crianças carentes de Curitiba. Ontem, um grupo de 8 alunos do projeto Piá Arlete Richa participou da primeira aula no Centro de Ikebana Mieru Hana. Segundo o idealizador do curso, Dario Luiz Dell’Aglio, a idéia é melhorar a qualidade de vida destas crianças por meio do respeito ao ambiente e às outras pessoas.
Os alunos vão aprender durante três meses a arte de combinar as flores. Mas o que é mais importante neste curso é a filosofia de vida que acompanha a confecção dos arranjos. “O altruísmo será bastante difundido”, explica o professor Dario, que tem 20 anos de experiência neste ramo. Ele fala ainda que existe a possibilidade da atividade se tornar, mais tarde, uma fonte de renda para as crianças. “Cada vez mais o trabalho com plantas vai ser explorado, aposta.
Kioma de Jesus, de 12 anos, concorda. “No futuro posso exercer esta profissão”, afirma. Anderson da Silva Motta, 10, também se mostrou empolgado. “Vou aprender os nomes das plantas e ainda fazer os arranjos. Não vou desistir do curso”, promete.
A idéia está sendo patrocinada pela empresa Siemens. Segundo a lei Municipal de Incentivo à Cultura as empresas podem destinar até 20% do imposto devido sobre o ISS ou IPTU para financiar projetos culturais.
A arte
O ikebana é a arte de cultivar plantas vivas em recipientes com água. Os monges hindus foram os primeiros a colher flores danificadas pelas tempestades ou murchas pelo calor, para cuidá-las com esmero e compaixão, na tentativa de mantê-las vivas. A partir disto começaram a produzir jardins em miniaturas que eram colocados no templos. Para compor o Ikebana usavam ramos e flores variadas, adotando o chamado “princípio dos três”, que tem origem no budismo. Segundo esta filosofia religiosa o universo é dividido em três reinos, o mundo do céu, da terra e dos homens.
Segundo o professor Dario a arte ainda funciona como terapia independente da idade ou sexo. “Trabalhar com flores também representa abrir novos horizontes para elevar a auto-estima e o lado espiritual das pessoas”, reforça. Mais informações sobre a escola pelo telefone (41) 324-5033.
