SELO180706.jpgAno de 1960, o empresário Paulo Cruz Pimentel muda-se para Curitiba para assumir a Secretaria de Estado da Agricultura. Sempre interessado nas comunicações, Pimentel já chegou à capital com a idéia de montar um jornal ou uma rádio. No ano seguinte, soube que, por causa de uma briga entre os sócios, estava à venda a Editora O Estado do Paraná. Em dois dias de conversas, Paulo Pimentel comprou 51% das ações da editora, assumindo assim os jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná.

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São 45 anos de jornal e Paulo Pimentel vê muitas semelhanças entre o perfil do jornal e sua personalidade. ?Eu vivo isso aqui há 45 anos. É evidente que ele (O Estado) tem a minha cara. Ele tem um pouquinho de todos que se dedicam ou dedicaram a ele, mas tem bastante de mim. Mas não podemos esquecer que o dono do jornal é o leitor, que determina o perfil do jornal?, disse o presidente do Grupo Paulo Pimentel, que destacou a defesa da liberdade, da democracia, da justiça e do interesse público como as principais características comuns a ele e ao jornal.

Pimentel lembrou das dificuldades enfrentadas ao longo destes anos e destacou a perseguição política que o jornal sofreu entre 1974 e 1976 como o grande desafio enfrentado na história de O Estado. ?A Presidência da República, o governo do Estado e a Prefeitura de Curitiba, todos estavam contra nós. Além de censura permanente na redação, fecharam a Rádio Iguaçu e nos tiraram a concessão da TV Globo. Além disso, repreendiam as empresas que anunciassem no jornal. Só sobrevivemos a esse período graças a nosso leitor. As vendas do jornal aumentavam à medida que aumentava a censura.?

Depois de tantos problemas, a maior alegria do empresário no comando do jornal não poderia ser outra senão a vitória sobre as restrições políticas, no início da década de 1980, quando a democracia começava a ser estabelecida. ?Aí o jornal teve um crescimento fantástico, quando conseguimos manter nossa linha editorial sem sermos perseguidos.?

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Agora, para Pimentel, o grande desafio é manter os leitores atuais e conquistar o público jovem em tempos de internet. ?Para isso, pretendemos investir na melhoria do produto e, principalmente em profissionais, em gente. A notícia sai em todo lugar. O que o jornal precisa é complementar, comentar e aprofundar a informação. Para isso, é preciso talento.?