A frota de veículos em Curitiba vem crescendo a cada ano. Em doze meses foi registrado um aumento de 5,34%. Hoje existem 761.582 carros circulando na cidade, o que representa um veículo para casa 2,2 habitantes. Esse índice é semelhante a cidades como São Paulo, que possui uma média de 2,74 habitantes por veículo, ou Goiânia, com 2,41. Para tentar resolver os problemas que esse crescimento trouxe para o trânsito, a Prefeitura promete investir em tecnologia e engenharia de tráfego.
Ainda esse ano deverão ser iniciadas diversas obras financiadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no valor de US$ 80 milhões. Entre os projetos estão a implantação do eixo metropolitano na BR-476 (antigo trecho urbano da BR-116), ampliação da capacidade da rede integrada de transporte, melhoramento das vias alimentadoras da rede integrada de transporte, construção de ciclovias, implantação de observatório de acidentes de trânsito, e modernização do sistema de semáforos.
O início das obras depende da assinatura do um termo de compromisso entre o município e o BID, mas a previsão é que elas estejam concluídas até o final de 2004. De acordo com o diretor da Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran), José Álvaro Twardowski grande parte desses investimentos irão refletir diretamente no transporte coletivo, que hoje é usado por 70% da população de Curitiba. Cerca de R$ 10 milhões serão destinados para resolver problemas no centro da cidade, que hoje concentra o maior fluxo de veículos. “Como não podemos alargar ruas a única saída é melhorar o sistema de controle de tráfego”, disse.
Controle de tráfego
Os semáforos, que hoje funcionam com tempo fixo ? variando durante o dia de acordo com o comportamento do trânsito ?, passarão a ter um novo sistema automático. Por meio da implantação de laços magnéticos no pavimento, será possível identificar pontos de congestionamento e o tempo verde dos semáforos serão ajustados de forma automática, melhorando a fluidez do trânsito. Além disso, serão instaladas 31 câmeras de circuito fechado de TV no alto de prédios, que darão uma visão ampla de 5 km2, da zona central, e regiões que vão desde a Ubaldino do Amaral ? no Alto da Quinze ?, Batel, Augusto Stelfeld até a Visconde de Guarapuava. “Com isso teremos uma informação qualitativa do que está provocando o congestionamento e poderemos acionar um agente de trânsito para resolver o problema”, comentou o diretor.
Acidentes
O diretor da Diretran destacou que todos esses investimentos que estão sendo feitos no trânsito também querem reduzir o número de vítimas de trânsito na capital. Ele destacou que apesar do aumento da frota de veículos, estão conseguindo reduzir a quantidade de acidentes. Um comparativo entre os ano de 1997 e 2001 ? período em que o frota aumento 16,8% ? apontam uma queda de 16,4% no número de ocorrências, com queda também no número de atropelamentos (29,6%), nos feridos (24,8%) e nas mortes no local do acidente (21,1%).
José Álvaro Twardowski disse que o maior investimento feito em trânsito nos últimos anos foi a implantação dos pardais (radares fotográficos), que em dois anos apresentam resultados importantes. “Nos anos de 2000 e 2001 a queda no número de acidentes foi de 8,4% e de mortes, 18%”, finalizou.
