Um aparelho que será capaz de medir a luminosidade das películas de proteção dos veículos poderá ser regulamentado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) a partir do ano que vem. Até o momento, a autoridade policial que multa um motorista que colocou película fora dos padrões exigidos, tem como base apenas uma chancela instalada no carro pela empresa que fez o trabalho. Em todo o Estado, o número de condutores que optam por colocar películas escuras em seus veículos aumenta a cada ano. Reflexo disso é a quantidade de infrações registradas pelo Detran por conta de películas irregulares, fora dos padrões exigidos pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran): só em Curitiba foram 674 multas até novembro desse ano. Em 2005, foram 463.
Por enquanto, o Contran ainda está analisando a regulamentação do aparelho. Porém, a colocação de películas nos carros é permitida, desde que seja respeitado o Código Brasileiro de Trânsito, que determina que haja 75% de transparência no pára-brisa, 70% nos vidros laterais dianteiros e, nos demais, 50%. O chefe da primeira Ciretran do Detran do Paraná, Valmir Moreschi, alerta para a colocação do chamado insul-film fora dos padrões do Contran. Segundo ele, o motorista deve procurar uma empresa idônea para fazer o serviço, ou seja, aquela que informe todas as exigências legais. ?Algumas empresas até mesmo forjam os selos de garantia?, informa. É por isso que a resolução do Contran exige que a película tenha a marca do instalador e o índice de transmissão luminosa. Para Moreschi, o uso do aparelho irá facilitar o trabalho dos policiais na hora de notificar algum motorista. ?Hoje, eles verificam apenas a chancela e fazem uma comparação entre um vidro e outro?, comenta.
O Detran não tem informações sobre o número de empresas que fazem esse trabalho no Estado.
Multa
O motorista que for pego com o veículo com películas fora das normas pode levar uma multa de R$ 127,69 e ainda cinco pontos na carteira. A infração é considerada grave. ?Com uma película muito escura, o motorista tem dificuldade de visão, de verificar a distância em profundidade. Por um lado, a pessoa tem mais segurança com relação à violência, mas por outro, pode ficar sem segurança para conduzir?, diz. O Denatran alerta que enquanto o uso do medidor não for regulamentado, os órgãos policiais não podem utilizá-lo.
O Código de Trânsito determina também que as características de originalidade de um veículo não podem ser alteradas sem autorização do Detran de cada estado. Porém, o Código também considera que a colocação de insul-film não pode ser considerada como tal, na medida em que autoriza o procedimento.
Aumenta procura no final do ano
Se o número de pessoas que colocam películas escuras em seus carros vem aumentando a cada anualmente, nos últimos meses do ano a procura cresce ainda mais. Principalmente pelas mulheres que, segundo os proprietários de lojas do produto, estão preocupadas com a segurança e resolvem escurecer os vidros do carro para não serem identificadas.
O proprietário da loja Summer Filmes, Ademar Zanlorenzi, localizada em Curitiba, afirma que coloca película em cerca de 12 carros por dia. Em época de final de ano, o movimento dobra. ?Percebo que as pessoas estão considerando a película como uma necessidade, e não um luxo?, comenta. Segundo ele, o produto retém os raios ultra-violeta e deixa o vidro mais resistente. O preço varia de R$ 120 a R$ 280, dependendo da qualidade da película e do tipo do carro.