Os recordes nas vendas dos fogos de artifício em todo o Estado refletiram negativamente nos números de atendimentos hospitalares às vítimas de explosões e estilhaços decorrentes do manuseio, por vezes incorreto, dos produtos. No Hospital Evangélico, entre quinta-feira e ontem, 37 pessoas foram internadas, sendo que desse total, 29 foram somente no sábado devido às celebrações da virada do ano. Na semana passada, as comemorações natalinas levaram ao Evangélico, oito pessoas feridas por fogos, entre os dias 23 e 26. Isso revela que o Ano Novo superou em mais de quatro vezes o número de casos.

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Em relação ao ano anterior, segundo o hospital, as ocorrências dobraram no período do Natal e Réveillon. “A impressão é que como 2010 foi um ano bom para a maioria dos brasileiros, as pessoas quiseram aumentar a compra de fogos para compartilhar suas realizações e, com isso, os acidentes aumentaram”, lamenta o cirurgião plástico e chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e de Queimados do Hospital Evangélico, José Luiz Takaki. “Quem compra fogos de artifício está literalmente queimando dinheiro”, define o cirurgião plástico e chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e de Queimados do Hospital Evangélico, José Luiz Takaki.

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O Serviço de Queimados no Hospital Evangélico existe há 22 anos e, nos últimos 15, os profissionais do hospital se mobilizam para alertar a população sobre os riscos. “Ninguém tem garantias que ao acender o pavio a bomba dará intervalo razoável para que a pessoa consiga se afastar do estouro, e nossas estatísticas comprovam nosso receio”, denuncia Takaki. Além disso, segundo o médico, pelos relatos, a maioria das pessoas não lê as instruções da embalagem e, parte delas, está alcoolizada no momento de usar o produto. “É uma combinação explosiva e, em algumas situações, com danos irreversíveis.”

Nesta virada, um dos acidentes mais graves foi o de uma criança, de três anos, que precisou amputar três dedos por causa da violência da explosão. “Comprometeu a cobertura óssea, retiramos os ossinhos restantes e costuramos a mão”, conta Takaki. Segundo o cirurgião, casos assim podem contar com enxertos de dedos, porém, somente após a vítima completar o desenvolvimento e atingir a fase adulta. “É um trauma de proporções muito grande que nenhum brilho a mais no céu é capaz de compensar”, ressalta.

Final trágico na virada

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Os fogueteiros de plantão ameaçam, inclusive, aqueles que não optaram por esse tipo de “diversão!. “Neste plantão de Ano Novo, atendemos uma mulher que foi atingida na face por um rojão”, recorda José Luiz Takaki. No litoral, casos envolvendo fogos de artifício e finais trágicos também marcaram a virada do ano. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, uma jovem foi atingida nos glúteos durante a queima de fogos, na praia de Matinhos. Ela foi internada em estado grave no Hospital Regional de Paranaguá. “Até em queimaduras mais brandas nos antebraços, por exemplo, se for de segundo grau, a pessoa perde entre 15 e 20 dias de trabalho ou convivência social para se recuperar”, explica Takaki.