Com o mesmo empenho que extrai das águas do Rio Iguaçu a força para produzir a energia que impulsiona o progresso do Paraná, a Copel cuida do rio e zela pelo equilíbrio do seu ecossistema. Uma das ações mais importantes desenvolvidas pela estatal nesse campo é o crescimento do repovoamento dos reservatórios, usando espécies nativas de peixes, algumas sob risco de extinção, como é o caso do surubim do Iguaçu, o peixe de maior porte daquele rio.
Por trás dessa iniciativa está o trabalho da Estação Experimental de Estudos Ictiológicos da estatal, localizada na Usina Ney Braga, em Segredo. A unidade pesquisa o ciclo biológico e hábitos das espécies típicas do Rio Iguaçu, visando ao repovoamento dos lagos das cinco hidrelétricas instaladas ao longo do seu curso. "Conhecida a espécie, é possível reproduzi-la em larga escala nos laboratórios e repovoar os reservatórios", descreve o biólogo Luiz Augusto Marques Ludwig, coordenador da estação.
Um milhão
A equipe liderada pelo biólogo está comemorando o final de um ciclo que resultou na produção de mais de um milhão de alevinos das espécies surubim, bagre e mandiguaçu, que foram soltos nos reservatórios do médio e baixo Iguaçu entre as Usinas Ney Braga (Segredo) e José Richa (Salto Caxias), habitat desses peixes. "A Copel entende que sua relação com o meio ambiente é de parceria e não de competição", diz Ludwig. "Assim, se o Rio Iguaçu é importante para a sociedade sob o aspecto da geração de energia, é preciso cuidar do seu equilíbrio e da sua saúde".
Tecnologia
A Estação Experimental de Estudos Ictiológicos é um centro dedicado a pesquisar as espécies típicas do Rio Iguaçu e reproduzi-las em larga escala, contribuindo para manter o equilíbrio ambiental de toda a bacia. Sua instalação é decorrência do Relatório de Impactos Ambientais (Rima) elaborado em 1987, durante a construção de Segredo.
O relatório da Usina de Segredo foi o primeiro estudo do gênero realizado no Brasil para a construção de uma hidrelétrica. Usando aprimorados métodos científicos e os mais modernos equipamentos, a estação responde pela condução das principais pesquisas voltadas à ictiofauna do Iguaçu, rio que abriga cinco lagos de hidrelétricas e cujo ecossistema é tão delicado quanto diferenciado. "Há peixes que só existem no Iguaçu e que precisam ser cuidadosamente estudados", informa o biólogo Ludwig.
O principal experimento da estação é o esforço que já dura dez anos para salvar da extinção o surubim do Iguaçu, a espécie nativa de maior porte daquele rio e que pode atingir entre 10 e 15 quilos de peso e comprimento de um metro. "É o mico-leão-dourado do Iguaçu", compara Ludwig.