Este ano, pelo sétimo ano consecutivo, o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) será aplicado em nove unidades prisionais de Curitiba e Região Metropolitana. A cada ano a procura de presos pelas inscrições aumenta. Em 1999, o primeiro ano, somente 29 detentos fizeram o exame. Em 2000, foram 21. Em 2001, por conta da rebelião, não houve inscritos. Em 2002, o número de participantes subiu para 22 e, em 2003, chegou a 168. Em 2004 foram 191 e, em 2005, 362 presos fizeram o Enem. Este ano, as inscrições foram encerradas na última sexta-feira e o número de inscritos ultrapassou o esperado: 410. Em Maringá foram mais 37.

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Só pode fazer o Enem quem já concluiu o ensino médio, o que revela que a escolaridade está aumentando. ?Anualmente, a procura vai aumentando porque aumentamos também a divulgação. Um passa para o outro. Os presos fazem o exame para dar continuidade aos estudos, para não ficarem parados e desatualizados enquanto cumprem pena. Muitos também participam para poderem fazer o vestibular e até cursar uma universidade quando saírem?, explica Nelma Eliane Secnelli, vice-diretora do Centro de Educação Básica de Jovens e Adultos (CEEBEJA) Mário Faraco.

Segundo Nelma, o exame é aplicado da mesma forma que em qualquer escola regular. As provas serão aplicadas no mesmo dia (27 de agosto) e no mesmo horário. No entanto, como os detentos não podem sair da unidade, a prova é aplicada lá mesmo. Nas noves unidades de Curitiba e Região Metropolitana, cerca de 70 funcionários trabalham com educação, da alfabetização ao ensino médio. ?Quando o presos sai, em liberdade, pode dar continuidade ao estudo?, destaca.

Nelma conta que nas provas anteriores muitos detentos se destacaram com as notas que obtiveram no exame. ?Em 2001, uma detenta passou em dois vestibulares. Ela completou o ensino fundamental e médio na prisão. Em 2005, um outro detento conseguiu uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni), pela nota que tirou no Enem.?

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No Brasil, o Enem será aplicado em 140 unidades prisionais. Em 2005, eram apenas 91 unidades. Pela primeira vez, este ano a Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) também teve inscritos. Segundo a educadora da PEM, Maria Bernadete Sanches, eles estão bastante ansiosos para fazerem as provas. Em Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel e Foz do Iguaçu não houve inscritos. Em Londrina, a Penitenciária Estadual (PEL) não soube informar se teve inscritos.