Casos de violência e vandalismo em escolas públicas municipais e estaduais são cada vez mais comuns em Curitiba. Os atos geralmente são cometidos por jovens, moradores próximos das instituições, e mesmo pelos próprios alunos. Costumam dar muito prejuízo às administrações públicas e prejudicar o rendimento de estudantes e professores.
No último fim de semana, a Escola Municipal Germano Paciornik, no bairro do Boqueirão (zona sul), foi arrombada. Os vândalos levaram um televisor e materiais de educação física, como bolas e rede. Na última segunda-feira, funcionários e professores do Colégio Estadual Monteiro Lobato, no Tatuquara (zona sul), chegaram para trabalhar e depararam com os palitos de concreto que cercam a instituição pichados. Há algum tempo, torneiras foram arrancadas e paredes e carteiras riscadas com pincéis atômicos. “Qualquer coisa que se quebre ou estrague dentro da escola gera prejuízo financeiro”, afirma a diretora do Monteiro Lobato, Ivone Maria Tagliari Chandoha.
No Colégio Estadual Guilherme Maranhão, no Jardim da Ordem, uma bomba explodiu dentro de um dos banheiros há alguns anos. O problema foi solucionado e não voltou mais a acontecer, mas a instituição continua enfrentando problemas de segurança, principalmente durante à noite. “Nossas aulas se encerram às 23h e, neste horário, falta policiamento. Costumam acontecer brigas e, além disso, alunos e professores correm o risco de serem assaltados quando saem do colégio”, diz uma funcionária que prefere não se identificar.
Já a diretora Nádia Artigas, do colégio estadual Júlia Wanderley, no Batel, diz que os autores dos atos de vandalismo conhecem os horários e as rotinas dos colégios. No início deste ano, o Júlia Wanderley teve um equipamento de som roubado e diversos vasos de flores, colocados nos portões de entrada, quebrados. “Não tivemos um grande prejuízo material, mas tudo nos gerou muito trabalho e perda de tempo”, explica Nádia.
Na maioria dos casos, os autores dos atos de vandalismo não são identificados. Segundo a Secretaria Municipal da Educação, o número de ocorrências verificadas em escolas municipais de Curitiba diminuiu nos últimos anos. Em 1999, quando existiam 130 escolas, foram verificadas 258 ocorrências. Em 2002, com 159 escolas municipais em funcionamento, foram 92. Este ano, já foram notificadas 37.