De acordo com um levantamento feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS) acontecem todos os anos no mundo cerca de 130 milhões de nascimentos, sendo que um a cada dez bebês nasce prematuro. No Brasil, números do Ministério da Saúde revelaram um crescimento de 27% nos partos prematuros num período de dez anos.

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Em 1997, 153.333 partos até a 36ª semana (oito meses) de gestação foram feitos no País, o equivalente a 5,3% dos nascimentos. Em 2006, este número saltou para 194.789, o correspondente a 6,7% dos nascimentos. Já no último levantamento feito pelo ministério, em 2009, nasceu 202.102 bebês prematuros, o que significa 14,2% dos nascimentos. Em Curitiba, o número de bebês prematuros chega a 7,3% dos nascimentos.

Apenas 30% dos casos de nascimento prematuro têm explicação médica encontrada. Entre as principais situações atualmente conhecidas que podem levar à prematuridade, encontramos a depressão e ansiedade, exposição à poluição, estresse, violência social e doméstica, infecções e aumento no número de cesáreas programadas em que podem acontecer erros de avaliação da idade gestacional.

Segundo o Dr. Edvin Javier Boza Jimenez, coordenador do Programa Mãe Curitibana, ação da prefeitura criada em 1999 e que atende mais de 17 mil mães por mês, os partos prematuros acontecem principalmente pelo fato da não realização de um pré-natal detalhado. “Apenas através de um pré-natal bem feito, é possível identificar e reduzir muitos problemas de saúde que costumam a atingir a mãe e seu bebê. São doenças, infecções ou disfunções que podem ser detectadas antes ou de forma precoce e tratadas de forma rápida”, afirma. “Um bom pré-natal vai avaliar e acompanhar condições pré-existentes ou decorrentes da gravidez na mãe, como por exemplo pressão alta ou diabetes e checar se há potenciais problemas com o feto”, completa.

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Além disso, Jimenez também aponta as condições sócio-econômicas como uma das principais causa do parto prematuro. “Muitas vezes a paciente não tem condição de higiene perfeita para uma gestação e este é um fator fundamental para se ter uma gravidez saudável e tranquila. Porém temos até casos de grávidas envolvidas com álcool e drogas. Por consequencia, esses fatores fazem com que a mãe não faça todos os exames necessários e nem tenha o acompanhamento correto. O segredo é fazer um pré-natal bem feito, com exames a cada três meses e com consultas regulares”, diz.

Estabilidade

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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o crescimento do número de partos prematuros nos países desenvolvidos está ligado às mudanças da era moderna e ao movimento feminista. Hoje, as futuras mães trabalham fora e a maioria delas opta primeiro pela realização profissional, para somente depois da estabilidade financeira, engravidar e aumentar a família. O que acontece por volta dos 34 anos de idade fazendo com que o número de reprodução assistida, de cesarianas e de partos prematuros cresça consideravelmente.