A pesquisa de Índices Sociais de 2009, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou um crescimento no número de jovens frequentando universidades no Brasil.
De acordo com o estudo, nos anos compreendidos entre 1998 e 2008, dobrou o número de jovens cursando o ensino superior: subiu de 6,9% para 13,9%. Assim como em âmbito nacional, o número de alunos matriculados em universidades no Paraná também cresceu, desta vez em 48,6%, registrando um aumento de 124.369 alunos matriculados.
“Em suma, o Paraná acompanhou os índices da região sul que, consequentemente, acompanhou o registrado no Brasil. Mas, fazendo um comparativo, entendo esse crescimento como fruto da atuação do governo federal, que proporcionou maiores condições para o ingresso no ensino superior”, destaca o analista do IBGE, Luis Alceu Paganotto.
De acordo com a pesquisa, o número de vagas preenchidas nas escolas públicas também está maior que o registrado nas escolas privadas. “O crescimento das vagas nas instituições públicas foi de 52,9% durante esse período no Paraná. Por outro lado, a rede particular de ensino superior registrou um preenchimento de 46,7% em suas vagas”, compara o analista.
De acordo com ele, em 2002, a escola pública foi responsável pelo preenchimento de 30,5% das vagas no ensino superior. Em 2008, o ensino público preencheu 31,4% das vagas em universidades do Estado”, afirma Paganotto.
No entanto, segundo o IBGE, mesmo com a melhora nas taxas de frequência ao ensino superior dos jovens de 18 a 24 anos, o número de estudantes universitários no Brasil e no Paraná ainda é baixo quando comparado a outros países da Europa e da América Latina.
Segundo a pesquisa do IBGE, dados mais recentes disponibilizados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco), referentes ao ano de 2007, apontam que a taxa bruta de matrícula no ensino superior era de 30% no Brasil, independentemente da idade do estudante.
Em países desenvolvidos, as taxas, em geral, são maiores que 50%, chegando, por exemplo, a 56% na França, 69% na Espanha, 59% no Reino Unido e 82% nos Estados Unidos. Na América Latina, o Uruguai se destaca com 64% e o Chile com 52%.
Enem
Por outro lado, o IBGE, destaca a utilização do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, como fator que contribuiu para o crescimento no número de matriculas e frequência de jovens no ensino superior.
De acordo com o instituto, em dez anos de utilização, o Enem se tornou uma ferramenta de avaliação e um instrumento que aumentou as possibilidades de ingresso em faculdades particulares através do Programa Universidade para Todos (Prouni), desde 2005.
Em 1998, o Enem tinha 157.221 inscritos. Em 2008, alcançava o patamar de 4 milhões. Já em 2009, os inscritos chegam a 4,5 milhões. Com relação ao desempenho dos participantes no Enem 2008, entre todos os concluintes do ensino médio da rede pública – sendo o grupo de alunos com melhor desempenho e em número igual ao de estudantes concluintes da rede privada -, observa-se que a média 71,05 na prova de redação foi conquistada pelo conjunto de estudantes da rede pública, que se saíram melhor do que aqueles da rede privada, cuja média chegou a 65,35.
Entre 1998 e 2008, expectativa de vida aumentou em três anos
Leonardo Coleto
Em 2008, a população do Paraná era de 10,6 milhões de pessoas, segundo pesquisa de Índices Sociais, divulgada ontem pelo IBGE. De toda a população do Estado, 5,4 milhões correspondem ao número de mulheres e 5,1 milhões ao de homens. Na capital, para cada 100 mulheres, existem, em média, 91,6 homens. Na Região Metropolitana de Curitiba, são 3,2 milhões de pessoas, divididas entre 1,5 milhão de homens e 1,6 milh&atild,e;o de mulheres.
Com relação à expectativa de vida dos paranaenses, o IBGE apontou que, no Paraná, uma criança que nasceu em 2008, por exemplo, poderá viver até 74,4 anos (71,3 para homens e 77,6 para mulheres).
Isso corresponde a três anos a mais que há dez anos, quando a expectativa de vida no Paraná era de 71,4 anos. Em âmbito nacional, a expectativa de vida cresceu 3,3 anos (73,6 para 76,8 anos, no caso das mulheres, e 65,9 para 69,3 anos, para os homens).
De acordo com a pesquisa, no Paraná, a taxa de natalidade em 2008 foi de 13,43% e a de mortalidade, 5,92%. A mortalidade infantil chegou a 17,90%. Segundo o instituto houve avanço nesses quesitos.
A razão foi a melhoria das condições de habitação, particularmente o aumento relativo do número de domicílios com saneamento básico adequado e a ampliação da cobertura dos serviços de saúde.
Moradias
Na região sul do Brasil, a proporção de domicílios urbanos cresceu de 49,1% para 58,9% em dez anos. Com esse crescimento, segundo o IBGE, houve um maior acesso aos serviços públicos de saneamento (abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo) e de iluminação pública.
No Estado, 2,8 milhões de municípios têm acesso aos serviços de saneamento e iluminação elétrica. Na Região Metropolitana de Curitiba, são 944 mil residências. Com relação à coleta de lixo, o IBGE concluiu que, em 2008, o serviço estava presente em 2,8 milhões de municípios. Desses, 940 mil recebem a coleta diariamente. Na Região Metropolitana de Curitiba, o IBGE aponta que 944 mil domicílios têm acesso ao serviço.
Renda per capita das famílias é maior do que há dez anos
Luciana Cristo
Metade das famílias brasileiras vivia com menos de R$ 415 per capita em 2008, de acordo com os dados da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE. Além disso, mais da metade das mulheres sem cônjuge e com todos os filhos menores de 16 anos viviam com menos de R$ 249 per capita.
O número de famílias com rendimento per capita de até meio salário mínimo caiu de 32,4% para 22,6%, em dez anos. O valor médio do rendimento familiar per capita ficou em R$ 720 e a distribuição de renda no País continua desigual: enquanto o valor do rendimento mediano no nordeste ficou em R$ 250, no sudeste esse valor foi de R$ 500.
No nordeste, a queda entre 2003 e 2008 foi de 13 pontos percentuais (54,3% para 41,3%), resultado de políticas públicas dirigidas às famílias mais pobres, segundo análise do IBGE.
No Paraná. O rendimento médio mensal per capita das famílias 10% mais pobres ficou em R$ 120,99, enquanto a média nacional foi de R$ 77,37. Na outra extremidade, os 10% mais ricos dos paranaenses tiveram um rendimento mensal familiar per capita de R$ 3.276,05, acima da média nacional, de R$ 3.160,36.
Idosos
O número de idosos do Brasil já ultrapassa os 21 milhões, superando países europeus como França, Inglaterra ou Alemanha (entre 14 e 16 milhões) de acordo com as estimativas da ONU para 2010. Entre 1998 e 2008, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais aumentou de 8,8% para 11,1%.
O Rio de Janeiro (14,9%) e Rio Grande do Sul (13,5 %) continuam sendo os estados com maior proporção de idosos. Em 1998, eram, junto com a Paraíba, os únicos estados onde os idosos representavam mais de 10% da população. No Paraná, pouco mais de 8% da população é composta por idosos.
Com o crescimento expressivo da população idosa, o IBGE atenta para a necessidade de providências urgentes para garantir uma infraestrutura de atendimento a essa faixa etária da população.