Foto: Lucimar do Carmo/O Estado |
Maria Leolina Couto Cunha, presidente nacional do Cecovi. continua após a publicidade |
De janeiro a setembro deste ano foram registrados no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria), que atende vítimas de exploração sexual e maus tratos em Curitiba, 666 boletins de ocorrência. Esse número já supera o total de registros em 2005, que foi de 645 boletins. O número de procedimentos encaminhados por órgãos como o Conselho Tutelar, Ministério Público e Vara da Infância, também cresceu, passando de 181 no ano passado, para 465 nos primeiros nove meses de 2006. Todas essas estatísticas envolvem ameaça, abuso sexual e maus tratos.
Esse crescimento, avalia o escrivão de polícia do Nucria, Airton Assis, não está ligado ao aumento no número de casos de violência contra crianças e adolescentes, mas ao fato de as pessoas estarem denunciando mais. ?Isso aumentou bastante, principalmente através do 181, onde as pessoas fazem a denúncia e não precisam se identificar?, falou. Ele destaca que quanto mais se falar sobre o assunto, melhor será para tentar combater a violência.
E é dessa forma que também pensa o Centro de Combate à Violência Infantil (Cecovi) de Curitiba. Criada em 1999, a entidade trabalha no sentido de promover a cultura da paz dentro da família. Segundo a presidente nacional do centro, Maria Leolina Couto Cunha, eles trabalham dentro de cinco áreas específicas que envolvem a capacitação, prevenção, atendimento aos vitimizados, grupos de acompanhamento a autores de agressão e produção de material técnico sobre o assunto. Além de cursos a distância, o Cecovi também promove cursos presenciais.
?O que queremos é acabar com a cultura da violência?, disse Leolina. Segundo ela, existem muitos mitos que acabam legitimando a violência que precisam ser quebrados. Entre eles que as crianças possuem imaginação fértil, sendo que somente 8% das crianças costumam faltar com a verdade. ?Já está provado que em cerca de 29% dos casos o abuso ocorre entre os membros da família ou em 60% por alguém conhecido da vítima?, ponderou. Paralelo as ações de prevenção, a entidade também oferece gratuitamente assistência jurídica para as famílias. Mais informações: www.cecovi.org.br.