Cresce número de animais de estimação abandonados

As festas de final de ano e o período de férias das famílias se tornam o tormento de muitos animais domésticos, que são abandonados para não gerar despesas ou transtornos aos proprietários. Entidades ligadas à proteção e resgate destes animais e organizações não governamentais (ONGs) não têm dados específicos, mas apontam aumento significativo no número de abandonos.

Para os presidentes de ONGs e casas protetoras, as denúncias de animais abandonados são diárias e em quantidade muito maior. “Já estou com 400 e é difícil achar quem queira esses animais. Nestas festas dobra o número de bichos abandonados”, conta Rita Tereza Ferreira da Silva, presidente da ONG do Cão.

Com base em dados na Organização Mundial de Saúde (OMS), que estima um animal para cada quatro habitantes, com 10% disso nas ruas, Curitiba deve ter hoje em torno de 15 mil animais nas ruas. E este número vai crescer bastante em janeiro, período mais crítico para as instituições de proteção, pelo desapego dos donos e troca de espécie.

Dicas

“As pessoas costumam viajar e abandonam os animais para não ter que pagar hotel e não “incomodar’ parentes e amigos. É comum muita gente abandonar o cachorro porque comprou outro e fez a troca”, conta Aurélio Munhoz, presidente da ONG Pense Bicho, que faz trabalhos de conscientização sobre a relação homem e animal.

As festas de fim de ano também fazem vítimas perdidas. Muitos animais fogem por medo dos fogos de artifício e não conseguem retornar para casa, principalmente aqueles deixados sozinhos nas residências. “As pessoas precisam deixar o portão fechado e o animal em lugar seguro, como o canil para ele não fugir, se machucar e não ter o risco da mordedura”, aconselha Munhoz.

Adoção é melhor opção

Sem espaço para novos abrigados, a Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (SPAC) , com mais de mil animais na sede do Santa Cândida e em Colombo, a entidade pede ajuda. “Como estamos superlotados, só podemos resgatar se for emergência, caso contrário, pedimos que as pessoas ajudem alimentando, dando água, que consigam um lar provisório”, pede a administradora da SPAC, Soraya Simon.

O grande mal dos abandonos de animais de estimação está na compra desenfreada e o descarte. No final do ano, com o cachorro sendo um dos presentes mais procurados, o descaso é ainda maior e é preciso muito cuidado na hora de optar por um cachorro para agradar alguém.

A orientação para quem quer presentear com gato ou cachorro é que a opção seja por animal que está para adoção e assim tentar reduzir o número de cães e gatos de rua. “Quando o animal deixa de ser filhote, começa a ser problema e a pessoa o abandona”, explica.

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