O assoreamento na baía de Guaratuba, no litoral do estado, tem se intensificado nos últimos anos, chamando a atenção de pesquisadores. O fenômeno é a obstrução, seja por sedimentos, areia ou qualquer outro tipo de detrito, de uma baía, rio, estuário ou canal, formando bancos de areia.

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A mestra e pesquisadora colaboradora do Centro de Estudos do Mar (CEM) em Pontal do Paraná, Rafaela Cristine Zem, é autora de um estudo que mostrou indicativos do aumento do assoreamento da baía.

“Utilizei como comparativo um estudo realizado em 1989. Desse período até 2005, notei que houve um avanço das características dos rios Cubatão e São João em direção à baía. Com isso, foi verificado também um aumento de sedimentos finos, como argila e silte, que contribui para que haja a formação desses bancos de areia”, explica.

Ela diz que, embora seja normal a formação desses assoreamentos, não há como saber o quanto disso ocorreu por causas naturais e o quanto é antrópico (decorrente de atividades humanas) e que, por enquanto, não há motivos para preocupação.

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Para o assistente técnico de coordenação da biodiversidade da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Paulo Roberto Castella, grande parte desse problema vem da agricultura e das pastagens. Segundo Castella, a destruição das encostas e o uso de agrotóxicos são os principais fatores a serem combatidos.

“Essas atividades colaboram para a aceleração do assoreamento. Se essa população não se conscientizar, eles mesmos serão os mais prejudicados com essa questão. Se nada for feito, poderá haver florescimento de macroalgas que soltam muitas toxinas, prejudicando o desenvolvimento dos peixes e dificultando o uso de barcos ao longo da baía”, comenta.

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O secretário de meio ambiente de Guaratuba, Sérgio Luiz Sidor, informou que a prefeitura faz um trabalho de conscientização e fiscalização da população que vive ao longo da baía e que realizam dragagem de alguns rios que desembocam na baía.