Em trégua há duas semanas, os funcionários dos Centros Municipais de Educação Infantil de Curitiba prometem retomar a greve nos próximos dias. Representantes da classe estiveram reunidos na noite de segunda-feira com a Prefeitura e as secretarias municipais da Educação e dos Recursos Humanos para mais uma rodada de negociações, mas saíram desapontados com as propostas e prometem organizar nova paralisação.
?A Prefeitura não atendeu nossa pauta de reivindicações: propôs aumento nas gratificações, mas nossa manifestação é por salários melhores. Também não avançamos em nada na questão do tratamento diferenciado entre professores e educadores, os quais têm a mesma capacitação e exercem funções iguais?, disse Irene Rodrigues dos Santos, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), adiantando que o início da paralisação está marcado para o próximo dia 21.
Irene afirmou ainda que, como março é a data-base para todos os funcionários municipais, o problema dos educadores será exposto a todas as categorias para que se mobilizem mais servidores. ?Há um descontentamento geral da política salarial da Prefeitura, que prioriza as gratificações em detrimento dos salários. Mas as gratificações não são incorporadas à aposentadoria e, para recebê-las, o funcionário tem de cumprir uma série de metas, como, por exemplo, não faltar nem com atestado médico?, argumentou, alertando para a possibilidade de um movimento de todos os funcionários públicos municipais.
A presidente do Sismuc revelou que a paralisação foi marcada para daqui a duas semanas para possibilitar à Prefeitura a proposição de uma nova proposta antes da greve, ?evitando que a população curitibana seja prejudicada?.
Através da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Curitiba, informou que a Secretaria de Recursos Humanos está mantendo negociações com o Sismuc e que pretende, até a data-base, concluir a discussão de forma positiva.
Os educadores infantis da Prefeitura realizaram uma paralisação entre os dias 12 e 15 de fevereiro, retornado ao trabalho após ouvir o comprometimento da Prefeitura em retomar as negociações na última segunda-feira. Os educadores atendem 22 mil crianças nas 156 unidades de educação infantil do município.
