CPT realiza romaria pelos quilombolas do Vale do Ribeira

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) realiza amanhã a 25.ª Romaria da Terra do Paraná, em Adrianópolis. O evento chega ao seu jubileu de prata com o tema “Quilombo: resistência de um povo, território de vida”.

O objetivo é evidenciar as dificuldades e os anseios das comunidades quilombolas da região do Vale do Ribeira, considerada uma das regiões mais carentes de serviços públicos do Estado.

De acordo com a CPT, são esperadas cerca de dez mil pessoas para o evento, que começa por volta das 9h, quando as comunidades locais prometem receber os romeiros com um café colonial.

Em seguida acontece uma celebração inicial com apresentações de teatro e música preparadas pelas comunidades. Na sequência, haverá uma caminhada até o centro da cidade, onde acontece o almoço. No mesmo local, uma nova celebração está prevista para terminar por volta das 15h.

Para o coordenador estadual da CPT, padre Jaime Schmitz, além das comunidades quilombolas, a romaria deste ano destaca a situação dos municípios do Vale do Ribeira.

Ele explica que, a Pastoral tem procurado ouvir o clamor dos povos do campo a respeito das dificuldades e dos aspectos mais relevantes. “Essa região tem uma grande concentração dessas comunidades e é um bom exemplo das dificuldades dos municípios mais pobres do Paraná. Escolhemos um local que representasse toda essa situação”, disse.

Para Schmitz, a Romaria servirá para dar maior visibilidade às comunidades quilombolas. “A ideia é chamar a atenção das autoridades para essas pessoas, que estão isoladas e encontram dificuldades para obter sementes e outros insumos básicos para cultivar a lavoura”, diz.

O padre ressalta que a maior luta das comunidades quilombolas, hoje certificadas pela Fundação Cultural Palmares, é pela titularidade de suas respectivas propriedades, que envolve todo um longo trâmite.

O presidente nacional da CPT e secretário da CNBB Regional Sul II, dom Ladislau Biernaski, afirma que Igreja e sociedade tem uma dívida com essas comunidades. Muitos descendentes de quilombolas já ocupam cargos de destaque no mercado de trabalho, no serviço público ou estão nas universidades.

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