Continua o impasse em torno da portaria 191 de setembro de 2004, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que suspende a concessão de licença para o corte de árvores nativas para preparação de novas áreas de plantio. As discussões já duram 180 dias, tempo suficiente para o governo do Estado, enfim, aceitar se reunir com o setor para debater a questão.

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A reunião aconteceu ontem de manhã, na Secretaria de Estado da Fazenda.

O setor madeireiro compareceu à reunião com mais força, representada por, além da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), prefeitos da Associação dos Municípios do Sul do Paraná (Assumpar) e produtores rurais da região. ?Esperamos que o governo do Estado nos chame para elaborarmos, juntos, as normas que regem o setor. O setor público não tem a sensibilidade da produção?, afirma o presidente da Apre, Roberto Gava.

Segundo o prefeito de União da Vitória, Hussem Bakri (PSDB), representante da Assumpar na reunião, a região Sul está sendo muito prejudicada com a medida do IAP. ?Estamos sentindo esse grande número de desemprego e queda na renda da região?, afirma. Segundo ele, é possível que, em médio prazo, se a resolução continuar, o número de desempregados chegue a 15 mil – 6 mil somente nas indústrias.

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Os produtores rurais da região disseram também sentir com a resolução. ?Se continuar essa portaria, nossos filhos serão obrigados a deixar a área rural e migrar, o que é muito triste. Eu trabalho com um pouco de pinus para amenizar no orçamento da família e garantir o futuro dos filhos, mas agora está proibido de plantar?, afirma o presidente do sindicato da categoria da região, Adão Dias.

Resposta

Entre tantas lamentações, o presidente do IAP, Rasca Rodrigues, que esteve visitando na última quinta-feira a região para verificar a situação e atender a solicitação dos prefeitos, se manteve irredutível. ?É preciso mudar a ótica de se mexer na floresta. Temos de renovar o discurso, que já está gasto?, afirma. Questionado sobre a possibilidade de se rever a portaria ele rebate: ?Você acha que alguém vai dar alguma liminar para que se cometa um crime??.

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Uma das solicitações, tanto dos empresários quanto dos prefeitos e trabalhadores rurais, é a participação nas discussões das novas normas, que devem sair ainda este mês. (Nájia Furlan)