Oito dias é o tempo estimado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), no Paraná, para regularizar a entrega de correspondências após a greve dos funcionários, que terminou na última sexta-feira. Ontem foi o primeiro dia de volta aos trabalhos, após nove dias de paralisação nacional.
De acordo com informações dos Correios, há 2,5 milhões de objetos parados no Estado, entre encomendas, cartas e mala direta. O fluxo normal é de passagem de 1,5 milhão de objetos por dia no Paraná. Durante o período de paralisação, apenas encomendas urgentes e algumas cartas foram entregues. Os serviços de sedex 10, sedex hoje e disque-coleta, temporariamente interrompidos na semana passada, já estão funcionando normalmente.
Para acelerar a volta ao ritmo normal de trabalho, os Correios convocaram todos os carteiros e operadores de triagem do Paraná para fazer hora extra, além de ter que trabalhar no próximo final de semana. Como compensação pelos dias parados, os participantes da greve não vão receber pelas horas a mais trabalhadas, segundo informação dos Correios.
Decisão diferente foi determinada ontem, em nova reunião realizada no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. Empresa e comando de greve assinaram o acordo coletivo cujos termos foram aceitos na sexta-feira. Os Correios desistiram do dissídio coletivo, no qual pedia que o TST declarasse a abusividade da greve.
O vice-presidente do TST e instrutor do dissídio, ministro Milton de Moura França, determinou que a empresa não desconte os dias parados dos funcionários e, em caso de necessidade de hora extra, o pagamento deve ser estendido a todos os empregados. Diante do impasse, o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) está orientando os trabalhadores para que, se a empresa realmente decidir não pagar hora extra, o trabalho seja feito apenas no horário normal.
Balanço
Com a paralisação, os trabalhadores conquistaram 3,74% de reajuste salarial, R$ 500 de abono e mais R$ 60 de aumento para todos os funcionários, em janeiro de 2008. Desde o início da greve, a categoria reivindicava reajuste de 47,77% e aumento linear de R$ 200.
A opinião do secretário-geral do Sintcom-PR, Nilson Rodrigues dos Santos, é de que, se dependesse do Paraná, a greve teria continuado. ?A principal reivindicação, que era o aumento de R$ 200, não foi alcançada. Mas acreditamos que toda greve é vitoriosa, já que é o único recurso que o trabalhador possui para lutar por seus direitos?, disse.