As negociações entre o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom/PR) e a direção estadual da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) vão prosseguir até a próxima semana. Segundo o sindicato, uma nova reunião foi marcada para o dia 29, para definir a situação dos 60 funcionários demitidos desde o final de maio.
Ontem, no primeiro encontro entre as partes, na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), não ocorreu qualquer definição. Os carteiros e demais funcionários estão se mobilizando para evitar as demissões. Segundo o Sintcom/PR, se a empresa não tomar uma medida favorável à reintegração dos trabalhadores, a possibilidade de paralisação é grande. Uma assembléia para definir os rumos da categoria acontece um dia após a próxima reunião com o ECT.
Sebastião Cruz, diretor de finanças do Sintcom/PR, ressaltou que tudo vai depender da posição apresentada pela empresa: “A reunião é um dia antes da assembléia e nesse ato poderemos decidir pela paralisação. Ontem, os representantes dos Correios não avançaram nas negociações”.
Em todo o Paraná, 5.400 trabalhadores prestam serviço aos Correios. A diretora sindical Mary Daniele destaca que, de todas as divisões regionais, no Paraná ocorreu o maior número de demissões: “É um procedimento estranho, porque nos demais estados houve reintegração de grande parte desses trabalhadores. Só aqui isso não aconteceu”, reclama.
A maioria dos funcionários demitidos estava com problemas de saúde. Alguns tinham sido vítimas de acidentes de trabalho na última semana. O entregador de cartas Daniel Silva, de 24 anos, estava de licença médica quando recebeu no começo do mês o aviso de que estava demitido: “Machuquei o ombro no trabalho e estava fazendo fisioterapia para poder voltar a trabalhar quando recebi o comunicado. Não dá para acreditar”, lamentou.
Os Correios afirmaram que as demissões fazem parte de um procedimento normal, dentro da rotatividade de funcionários. Diferente dos números apresentados pelo Sintcom/PR, a empresa confirmou apenas 26 demissões, todas amparadas na lei.