Foto: Allan Costa Pinto

Servidores votam contra renovação de convenção coletiva.

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Funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) nas regiões de Curitiba e Maringá fizeram ontem uma paralisação de 24 horas para pedir a contratação de pessoal e protestar contra uma suposta falta de condições de trabalho. Na capital, a concentração ocorreu em frente à superintendência regional da empresa, que fica no bairro Rebouças.

Nas entradas do local, vários funcionários que participavam da paralisação se reuniram e impediram a entrada de veículos. Quem tentou insistir foi hostilizado pelos manifestantes, mas não houve incidentes mais graves. A estimativa do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) é que o movimento tenha tido 80% de adesão nas duas cidades.

Foto: Allan Costa Pinto

Osvaldo Júnior: sobrecarga.

A ação, que estava programada no calendário de lutas da categoria, também serviu como alerta de greve. Segundo o diretor de finanças do Sintcom-PR, Sebastião Cruz, a primeira proposta de reajuste salarial e renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, apresentada pelos Correios, não agradou os servidores. ?O reajuste oferecido por eles significa R$ 15 para um trabalhador em começo de carreira?, disse. De acordo com ele, a categoria reivindica uma reposição salarial 47,7%, índice que equivale às perdas salariais acumuladas desde 1994, além de um aumento real linear de R$ 200, que beneficiaria os funcionários com os menores salários. A primeira proposta da empresa foi um reajuste de apenas 3,74%. As negociações vencem no dia 12 de setembro.

Sobre a falta de condições de trabalho, o secretário de Imprensa do Sintcom-PR, Osvaldo Lima Júnior, disse que os Correios não estão ajustando seu quadro de funcionários na medida que seria necessária. ?Hoje há sobrecarga de trabalho porque a Região Metropolitana (de Curitiba) cresce muito rápido e não está havendo um reescalonamento dos distritos de forma adequada?, disse. Outra reivindicação dos trabalhadores é a melhoria nos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), que hoje, segundo ele, não seriam de boa qualidade.

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De acordo com Paulo Araújo, da Assessoria de Comunicação dos Correios, as condições de trabalho na empresa são ?de primeiro mundo?. ?Os carteiros ganham uniformes, tênis e até protetor solar e óculos escuros?, disse. Segundo ele, o quadro de funcionários está sendo expandido de maneira correta. ?Fazemos concursos em todo o momento que é necessário, redistribuindo as funções também quando é preciso?, explicou. Já a questão salarial, segundo Paulo, está nos prazos estabelecidos e deve ser discutida em nível nacional.