Mordida no salário

Correios anunciam desconto salarial por dias de greve

Cerca de 200 trabalhadores dos Correios realizaram ontem pela manhã caminhada pelas ruas do Centro para protestar contra a lentidão da estatal nas negociações com categoria. Em greve desde o dia 18, os funcionários reivindicam aumento real de 15% e recomposição da inflação de 7,13%. Os Correios oferecem reajuste de 8% (6,27% de inflação e 1,7% de ganho real).

“Não está ocorrendo nenhum avanço nas negociações. O que estamos percebendo é que o governo está fazendo corpo mole. Há uns anos, os dirigentes dos Correios estavam do lado dos trabalhadores e agora, que mudaram de lado, estão agindo como verdadeiros patrões”, afirma Santino Sebastião da Silva, secretário do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sinticom-PR).

Atrasos

Mesmo com a greve, o Sinticom-PR afirma que vai cumprir a determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de manter ao menos 40% dos empregados de cada unidade. As agências dos Correios continuam abertas, mas há atrasos na entrega de cartas e encomendas. Os serviços de encomenda com hora marcada Sedex 10, Sedex 12 e Sedex Hoje estão suspensos.

Legalidade

Na tarde de ontem, a direção dos Correios divulgou comunicado informando que irá descontar os dias parados dos grevistas. O sindicato contesta a legalidade da decisão. “Eles não poderiam fazer isso, porque a greve ainda não foi julgada. É mais uma tentativa de intimidação. Nossa resposta é manter a mobilização e a greve”, afirma Santino. O TST deve marcar nos próximos dias a data para julgamento do dissídio da categoria.

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