Edson Sampaio Cunha, 79 anos, internado desde sexta, no Hospital Evangélico, em Curitiba, para uma cirurgia de câncer na próstata, morreu na última terça-feira. Se não bastasse a tristeza da perda, amigos e familiares que aguardavam o corpo para o ?adeus?, na Capela da Luz, foram surpreendidos por mais um fato lamentável: o corpo que chegou não era o esperado.
?Chegou a funerária, as filhas se abraçaram e choraram ao caixão. Fomos abrir e vimos que não era ele?, conta o genro de Edson, Gari Jorge Cooper. Após a decepção de encontrar o corpo de Pedro Ambrósio, de 74 anos, Cooper conta que os presentes foram até o centro de triagem para saber como proceder. ?Telefona para cá e para lá. Depois de vários telefonemas fomos descobrir que o Edson estava indo para Umuarama, para onde seria levado o outro?, afirma.
Somente por volta das 6h50 da manhã de ontem foi que o corpo de Edson chegou na capela, em Curitiba. ?Uns familiares estão muito bravos. Outros acham que não há o que fazer, quando um joga a culpa no outro. Alguém tem que ser responsabilizado. Vamos nos reunir agora para saber o que fazer?, diz.
Hospital
De acordo com o Hospital Evangélico, todos os procedimentos rotineiros de liberação de corpo foram tomados e nos casos em que o corpo precisa ser deslocado para outra cidade, inclusive o reconhecimento visual se faz necessário. Como conta o hospital, no necrotério havia somente dois corpos, o de Edson e o de Pedro. Os netos do falecido de Umuarama estavam no local quando a funerária chegou e nem olhou a identificação, só ergueu o lençol. Os netos do paciente entraram, fizeram o reconhecimento, saíram do necrotério e em seguida a funerária levou o corpo, bem antes de o de Edson.
?Não temos responsabilidade porque a família esteve aqui e fez a identificação visual?, afirma um funcionário da diretoria-geral, que não quis se identificar.
Edson foi enterrado às 15h de ontem, no Cemitério São Pedro.